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Artigos
O Partido Popular Progressista: uma alternativa para a atuação comunista no governo Dutra
Existem várias passagens desconhecidas na história da esquerda e dos comunistas brasileiros. E é justamente nos interstícios dos esquecimentos que alguns mitos são construídos. Um desses acontecimentos desaparecidos da nossa memória – justamente por não ter sido vitorioso – foi a tentativa de dar vida ao Partido Popular Progressista (PPP) no momento em que o Partido Comunista do Brasil (PCB) estava sendo colocado na ilegalidade e seus parlamentares cassados durante o governo discricionário do marechal Eurico Gaspar Dutra. Por Por Augusto C. Buonicore* Publicado em 13.02.2019 -
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Dois Lênin? Ou duas estratégias para duas revoluções? *
Na década de 1970, Michael Löwy publicou no Brasil um instigante artigo intitulado Da Grande Lógica de Hegel à Estação Finlandesa de Petrogrado. Neste texto buscou demonstrar a existência de dois Lênin: um pré-dialético e outro dialético. As razões para esta inflexão do pensamento leniniano teriam sido: a capitulação da direção da II Internacional, quando da eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial, em agosto de 1914, e o início do estudo mais sistemático das obras filosóficas de Hegel, especialmente a Ciência da Lógica. Por Por Augusto César Buonicore ** Publicado em 03.02.2019 -
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A importância da incorporação do PPL ao PCdoB: uma visão histórica
"Em todos os processos de ingresso e incorporações, ocorreram dúvidas e mesmo divergências no interior da organização que incorporava ou era incorporada. Isso é natural. Mas o que predominou foi a confiança de que aquilo representava algo positivo para a luta do nosso povo". Por Augusto Buonicore Publicado em 27.01.2019 -
Artigos
A esquerda no labirinto: lições da frente democrática e antifascista
“Sob uma aparente e intransigente fidelidade aos interesses dos trabalhadores, a concepção de que a luta antifascista é a oposição da classe operária a toda a burguesia (...) conduziria ao isolamento político do proletariado (...) e no fim das contas ao enfraquecimento da sua luta e ao fortalecimento do fascismo (...). É tempo que todos os democratas compreendam que a política de divisão é a política do inimigo fascista e só a este pode aproveitar.” (Álvaro Cunhal). Por Augusto C. Buonicore Publicado em 20.01.2019 -
Artigos
100 anos da morte de Rosa Luxemburgo: a rosa vermelha do socialismo
No dia 15 de janeiro se completam 100 anos do brutal assassinato da comunista polonesa Rosa Luxemburgo. Ela foi uma combatente de primeira hora contra o revisionismo teórico de Bernstein no interior da social-democracia. Condenou duramente o oportunismo de direita presente na direção do sindicalismo alemão, e defendeu a experiência da Revolução Russa de 1905, especialmente o uso da greve geral como instrumento importante na luta revolucionária. Quando se iniciou a Primeira Grande Guerra Mundial, ocorrendo a traição da maioria dos dirigentes da II Internacional, Rosa se colocou ao lado de Lênin em oposição à guerra imperialista e na defesa da revolução socialista europeia. Foi fundadora do grupo spartakista de onde surgiria o Partido Comunista da Alemanha. Após sua trágica morte, em 1919, no discurso de abertura do congresso de fundação da III Internacional, Lênin fez uma pungente homenagem à águia polonesa, heroína do proletariado mundial. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 15.01.2019 -
Notícias
Autor disponibiliza gratuitamente ebook de "Guerrilha do Araguaia, a esquerda em armas"
Em parceria com a editora Anita Garibaldi e a Fundação Maurício Grabois, o professor Romualdo Pessoa Campos Filho autorizou a liberação dos direitos autorais da obra referencial sobre o conflito no sul do Pará que combateu a ditadura militar a partir de 1972. Baixe o ePub ou o PDF gratuitamente. Por Cezar Xavier Publicado em 05.12.2018 -
Artigos
O Partido Comunista, a cultura e os intelectuais nos anos 1940 e 1950
O papel central desempenhado pelos comunistas na luta contra o nazifascismo atraiu a simpatia de parcelas significativas da intelectualidade brasileira. Ao final da Segunda Guerra Mundial, o prestígio da URSS e de Luiz Carlos Prestes, denominado Cavaleiro da Esperança, estava no seu auge. Na verdade, desde meados da década de 1930 artistas e intelectuais haviam começado a ingressar às fileiras do Partido Comunista do Brasil. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 28.11.2018 -
Notícias
Osvaldo Bertolino lança biografia de Aurélio Peres dia 6 de dezembro, em São Paulo
O operário comunista que sobreviveu ao Doi-Codi e se tornou deputado federal em plena ditadura militar tem sua trajetória narrada na biografia Aurélio Peres - Vida, fé e luta, de Osvaldo Bertolino. O lançamento será na sede do PCdoB, à Rua Rego Freitas, 192, Metrô República, São Paulo, no dia 6 de dezembro, às 19h. A publicação é da editora Anita Garibaldi com apoio da Fundação Maurício Grabois. Por Cezar Xavier Publicado em 26.11.2018 -
Artigos
O Partido Comunista do Brasil em 1968
O ano de 1968 foi marcado pela primeira grande crise do regime militar. Acontecimentos como esse impactam fortemente os partidos políticos, especialmente os que procuram representar os interesses nacionais e populares. Este artigo tratará da atuação do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) naquela rica conjuntura. A história desta organização continua sendo um dos buracos da historiografia da esquerda brasileira, apesar dos avanços ocorridos nestes últimos anos. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 23.11.2018 -
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DESCOBRINDO O POVO BRASILEIRO (VIII): Caio Prado Júnior e o Povo Brasileiro
Neste oitavo e último artigo trataremos da noção de povo nas obras do historiador marxista Caio Prado Jr., publicadas nas décadas de 1930 e 1940. Refiro que elas foram marcos importantes para mudança de paradigma da historiografia e da sociologia brasileiras. O autor concentrou suas análises na forma particular em que o país se inseriu na divisão internacional do trabalho desde os meados do século XVI. O Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, se constituiu como uma economia colonial voltada, exclusivamente, para a produção e a comercialização de produtos primários (agrícolas ou minerais), e visando a cumprir essa finalidade montou-se uma estrutura econômico-social assentada na grande propriedade rural e na mão-de-obra escrava. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 14.11.2018 -
Especiais
DESCOBRINDO O POVO BRASILEIRO (VII): Werneck Sodré e o Povo Brasileiro
Neste artigo não pretendemos fazer uma exaustiva análise da rica obra do historiador comunista Nelson Werneck Sodré, e sim analisar um único texto: Quem é o povo no Brasil? Essa escolha nos parece óbvia, pois nele o autor expõe de maneira mais clara, até didática, o seu conceito de povo brasileiro. Dentro da velha e respeitável tradição marxista e leninista, abordada no artigo anterior, ele escreveu o seu pequeno ensaio, publicado na coleção Cadernos do Povo Brasileiro, da Editora Civilização Brasileira. Posteriormente, o texto foi incorporado à segunda edição de Introdução à Revolução Brasileira (1963). Por Augusto C. Buonicore Publicado em 08.11.2018 -
Especiais
DESCOBRINDO O POVO BRASILEIRO (VI): A Concepção Marxista de Povo
Para os marxistas, o povo brasileiro não seria uma determinação do clima, da raça ou mesmo da cultura trazida pelas três raças formadoras (portuguesa, africana e indígena). Não existiria nele uma essência geral, a-histórica. O nosso povo seria o resultado do processo complexo e contraditório de evolução da nossa formação econômica, política e social. Como esses diversos fatores estão em constante desenvolvimento, o povo também não pode ser considerado uma realidade estanque. Assim, as contribuições dos marxistas foram, em primeiro lugar, negar a existência de uma essência geral do povo brasileiro – e, por sinal, em qualquer outro povo no mundo. Em segundo lugar, constatar que o povo não forma um todo homogêneo e está dividido em classes, frações de classe e categorias sociais em constante disputa. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 16.10.2018 -
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Liberalismo e Fascismo: afinidades eletivas
Se fascismo e liberalismo não são iguais, tão pouco existe entre eles uma muralha intransponível. Diria mesmo que existem mais pontos de convergência do que sonha a nossa vã filosofia. Foi na América Latina que o conluio liberalismo e fascismo tornou-se mais evidente. Os liberais constituíram-se em vanguarda ideológica e política da maior parte dos golpes militares ocorridos ao longo do século 20. Por aqui, em 1964, os muito liberais Estadão, Folha e UDN conclamaram abertamente a intervenção militar e aplaudiram a repressão que se seguiu à autodenominada “redentora”. O mesmo fenômeno se repetiu no Chile, Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai etc. O fenômeno voltou a se repetir no século 21. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 08.10.2018 -
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A Batalha da Praça da Sé (ou Quando o povo pôs os fascistas para correr em São Paulo)
No dia 7 de outubro de 1934, uma ação conjunta das organizações da esquerda brasileira desbaratou uma grande manifestação promovida pelos integralistas no centro de São Paulo. O que aconteceu naquela tarde de domingo na Praça da Sé serviu de exemplo a todo o país. Os conflitos se multiplicaram e as forças democráticas e populares não permitiram que os fascistas tupiniquins assaltassem as ruas das grandes cidades e intimidassem os trabalhadores. Impediram que ocorresse aqui o que aconteceu na Itália e na Alemanha. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 25.09.2018 -
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DESCOBRINDO O POVO BRASILEIRO (V) Sérgio Buarque e o Homem Cordial
Raízes do Brasil constituiu-se numa das principais tentativas de explicar o Brasil. O autor procurou responder à pergunta: Existiria um “caráter nacional” distintivo dos brasileiros? Concluiu ele: “a contribuição brasileira para a civilização será a cordialidade”. É nítida nessa obra a presença da problemática (idealista) sobre a existência de um caráter nacional dos brasileiros, acima da história e das lutas de classes. Contudo, a posição de esquerda do autor levou-o a se inserir dentro de uma perspectiva avançada. Sua leitura do passado vinculou-se a tentativa de construção de um projeto de futuro, que passava pela realização da “Revolução brasileira”. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 24.09.2018 -
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DESCOBRINDO O POVO BRASILEIRO (IV): Casa-Grande & Senzala – um olhar patriarcal sobre o Brasil
Casa-Grande & Senzala procurou ser uma resposta às teorias racistas ainda persistentes no Brasil no início dos anos 1930. Gilberto Freyre constatou a existência de um povo mestiço e viu nisso algo positivo, no que estava correto. Contudo, confundiu a miscigenação com um possível processo de democratização social. Estes, na verdade, são dois fenômenos diferentes e não necessariamente complementares. A miscigenação pode ser acompanhada (e foi) pela construção de sociedades autoritárias e excludentes. Por isso, foi acusado de idealizar o país existente sob o domínio das oligarquias rurais – especialmente as nordestinas – e de tentar reconstruir a nossa história do ponto de vista da casa-grande. Uma acusação não de todo infundada. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 13.09.2018 -
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DESCOBRINDO O POVO BRASILEIRO (III): Paulo Prado e o Retrato do Brasil (ou da Tristeza Brasileira)
Paulo Prado no seu livro Retrato do Brasil: Ensaio sobre a tristeza brasileira, dentro de uma lógica elitista, busca desvendar as origens remotas dos males que afligiam o país. Ele combate as visões românticas e exageradamente otimistas em relação ao futuro da nação, representadas por obras como as do conde Afonso Celso. Ao contrário, pensava ser o brasileiro um povo triste. Segundo Werneck Sodré, a obra refletiria “o desespero burguês ante a falta de perspectiva histórica para a sua classe”. Nela podemos observar aquilo que Nelson Rodrigues, provocativamente, definiu como “complexo de vira-lata”. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 04.09.2018 -
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Eleições 2018, quem planta injustiça colhe impasses
A campanha eleitoral de 2018 foi deflagrada com fatos auspiciosos às forças progressistas e de esquerda. Por Fabio Palácio Publicado em 04.09.2018 -
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DESCOBRINDO O POVO BRASILEIRO (II): Afonso Celso e o ufanismo monárquico
Essa série de artigos, intitulada Descobrindo o povo brasileiro, procurará desvendar como a questão "O que é o povo brasileiro?" foi respondida pelos principais expoentes da nossa inteligência no início do século XX. No entanto, não se propõe tratar do conjunto do pensamento desses autores e sim analisar suas obras mais importantes, aquelas que tiveram maior impacto e influenciaram decididamente na construção de uma visão sobre a nação brasileira e seu povo. Entre elas estão Os Sertões de Euclides da Cunha, Por que me ufano do meu país de Afonso Celso, Retrato do Brasil de Paulo Prado, Populações meridionais do Brasil de Oliveira Vianna, Casa-Grande e Senzala de Gilberto Freyre e Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 21.08.2018 -
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Uma nova narrativa reacionária e misógina sobre a Guerrilha do Araguaia
Os dois livros de Hugo Studart sobre a Guerrilha do Araguaia se encaixam feito uma luva dentro do movimento revisionista que ganhou corpo no interior da historiografia mundial nas últimas décadas. O seu conteúdo é profundamente reacionário. No caso brasileiro, busca legitimar a operação ideológica iniciada por uma das correntes militares ligadas à ditadura, cujo principal expoente era o coronel Jarbas Passarinho. Segundo essa versão da história, a luta entre as guerrilhas (urbanas e rurais) e as forças da repressão foi uma “guerra suja” dos dois lados. Os guerrilheiros, no fundo, tiveram a maior responsabilidade ao adotarem métodos da resistência armada ao regime de exceção. Relativiza-se a existência de uma ditadura militar no país. Forjou-se até um neologismo: ditabranda. Por Augusto C. Buonicore Publicado em 17.08.2018