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Acordo de Cooperação transfere milhares de documentos sobre a ditadura no Pará.

Em reunião realizada com a presença do Reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Maurílio Monteiro, do Coordenador do Armazém Memória/SP, Marcelo Zelic e de Paulo Fonteles Filho, da CEV-Pa, além dos professores Cássio Guilherme, Evandro de Medeiros e Idelma Santiago efetivou-se a transferência de farta documentação - através do Armazém Memória/SP – para a Comissão da Verdade do Pará que ficará aos cuidados da Unifesspa.

O evento, que reforça os estudos e pesquisas da Comissão da Verdade, apresenta cópias de parte do acervo reunido durante os trabalhos do GT indígena da Comissão Nacional da Verdade (CNV). O conjunto de arquivos em pdf, com milhares de páginas, contém informações do SNI, da Comissão Geral de Investigação, do CISA, ASI-FUNAI e tantos outros, sendo que algumas cópias estão completas e outras não, uma vez que no Arquivo Nacional no Rio de Janeiro se encontram mais de 18 milhões de páginas recolhidas pelo projeto Memórias Reveladas.
A documentação entregue à CEV-Pará é um material ainda pouco estudado, que com o apoio da UNIFESSPA poderá ser acessado através de pesquisa local, uma vez que ainda não foi incorporado ao sistema de busca do portal, fomentando na instituição o estudo dos conflitos sociais ocorridos no estado durante o período estudado pela CEV-Pará (1946/1988), que o estenderá às universidades parceiras, como à UFPa e Uepa.
O acordo de cooperação técnica firmado com o Armazém Memória/SP – que será assinado em ato na abertura da I Caravana ao Araguaia da Comissão da Verdade do Pará – permite, ainda, o acesso a toda documentação reunida no portal, no endereço www.armazemmemoria.com.br, cuja documentação disponível é de interesse às investigações sobre o período ditatorial na Amazônia e a correspondente anexação da imensa região ao mercado capitalista nacional e internacional responsável pela dinâmica dos históricos conflitos na região, marcada pela pistolagem, trabalho escravo e violação máxima dos direitos humanos.
Destacamos, ainda, a documentação do BNM Digital, que reuniu mais de 850 mil páginas do projeto Brasil Nunca Mais, realizado junto com o MPF e Arquivo Público de São Paulo, cujo acervo estava disperso no Brasil, Suiça e Estados Unidos.
Outro destaque são os Centros de Referência Virtuais ligados a temática indígena e camponesa, como, por exemplo, a íntegra do Relatório Figueiredo com mais de 7 mil páginas e que ficou desaparecido por 45 anos e as hemerotecas com coleções completas e parciais de jornais ligados a movimentos sociais e entidades ligadas às lutas pela terra, democracia e direitos humanos.
O acervo possibilita à CEV-Pará um aprofundamento de seus trabalhos, facilita a formação de acervos documentais nas universidades públicas e o acesso, além de trabalhar em rede.
O Armazém Memória fará uma oficina de capacitação para a pesquisa na plataforma DOCPRO, como parte do acordo de cooperação.
Fotos: Jean Brito.