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Inácio Arruda lembra centenário do escritor Rui Facó

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) lembrou nesta terça-feira (8), em plenário, os cem anos do nascimento do jornalista cearense Rui Facó, nascido em 4 de outubro de 1913, em Beberibe. Escritor, defensor de causas sociais e militante do antigo PCB, Facó morreu em 1963, aos 50 anos, em um acidente de avião. Para o senador, o jornalista contribuiu para a compreensão das lutas populares e da história, mas também para o avanço das conquistas democráticas e sociais no Brasil.

"Temos que registrar com um viva esse intelectual do povo brasileiro, um bravo combatente, que, com a sua pena, a sua caneta, deixou registradas para todos nós a história e a trajetória de lutas do povo no seu tempo". Como inspiração ideológica, os pais do jornalista, Gustavo e Antonieta Facó, dizem ter dado-lhe o nome em homenagem a Rui Barbosa.

Inácio Arruda lembrou o trabalho do jornalista nos Diários Associados e nos jornais A Classe Operária e Tribuna Popular. Também citou a prisão em razão de sua “atividade revolucionária” e sua atuação na imprensa comunista mesmo após o fechamento do partido, em 1947.

Da obra de Facó, o senador destacou Cangaceiros e Fanáticos, que relata a vida no cangaço e o fenômeno religioso do Nordeste. O livro, segundo Inácio Arruda, serviu de inspiração ao cineasta Glauber Rocha para o seu filme Deus e o Diabo na Terra do Sol. Segundo seu biógrafo, o jornalista cearense Luís Sérgio Santos, Cangaceiros e Fanáticos tem “rigor, método e estilo”. É obra de um “artesão na garimpagem da informação e na forma”.

Ano Rui Facó

Na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado Paulo Facó (PTdoB) instituiu 2013 como o Ano Rui Facó.

Rui foi aluno do Liceu do Ceará e iniciou o Curso de Direito em Fortaleza, em 1933. Na nossa capital, ingressou no Partido Comunista, então na clandestinidade. Em 1935, foi morar em Salvador, onde concluiu os estudos e se casou com sua colega de turma Julia Guedes. Ali trabalhou nos Diários Associados e foi um dos fundadores da revista Seiva, em 1938. Devido à sua atividade revolucionária, foi encarcerado pela polícia do Estado Novo.
Em 1945, foi um dos redatores do jornal A Classe Operária, Órgão Central do Partido Comunista, no Rio de Janeiro, e também na Tribuna Popular, jornal de massas dos comunistas, onde cobriu a fundação do Movimento Unificador dos Trabalhadores, capitaneada por João Amazonas, no artigo O MUT, instrumento de unidade da classe operária.
O Partido teve seu registro cassado, em 1947, e suas publicações perseguidas. Mesmo assim, Facó continuou atuando na imprensa comunista. Em 1952, foi para a União Soviética, onde trabalhou nas transmissões da Rádio Moscou para o Brasil. Retornou ao Brasil em 1958, onde reassumiu seus trabalhos na imprensa popular e democrática.

Facó ainda é autor de "Brasil século XX", escrita a pedido de uma editora da Argentina e traduzida para vários idiomas, como russo, italiano e tcheco.

Morreu num acidente de avião, na Bolívia, no dia 15 de março de 1963, como descreveu o líder comunista Carlos Marighela: “A morte o colheu exatamente numa de suas viagens pela América Latina, cujos países visitava fazendo reportagens para Novos Rumos, jornal revolucionário onde ocupava um lugar de destaque na redação.

Seu corpo foi sepultado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, na presença de comunistas como Dias Gomes, Milton Pedrosa, Luiz Carlos Prestes, Di Cavalcante, Carlos Marighela.
Luiz Carlos Prestes o saudou, no sepultamento: “Por vários anos, ajudou o povo brasileiro em sua luta contra o imperialismo e o latifúndio e em favor das grandes campanhas patrióticas, de que é exemplo a defesa do petróleo. Sua memória será sempre lembrada pelo exemplo que deixa de intelectual comunista, sempre a serviço do povo, e de homem de combate”.

Veja o pronunciamento do senador Inácio Arruda em http://www.senado.gov.br/noticias/tv/videos/cod_midia_290708.flv

Confira o hotsite sobre o centenário de Rui Facó, com biografia, obras, artigos e fotos: http://www.ruifaco.com.br/cronologia.html