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UNE apoia pedido de anistia para Honestino Guimarães

Na última terça-feira (04/6), a presidenta eleita da União Nacional dos Estudantes, Vic Barros, esteve em um encontro com Juliana Guimarães, filha de Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE e primeiro investigado pela Comissão da Verdade da entidade. A conversa foi sobre o pedido de Anistia que a família está reivindicando para o líder estudantil goiano, perseguido, preso, torturado e assassinado pela ditadura. “Honestino foi um dos mais notáveis dirigentes da entidade durante o período da Ditadura Militar. É uma grande honra estar ao lado da sua família para ajudar a defender sua memória”, destacou a presidenta.

A Comissão da Verdade da UNE está ajudando a reescrever a história de Honestino Guimarães. Ele foi estudante da Universidade de Brasília (UnB), presidente da UNE e tinha 26 anos quando foi preso pela CENIMAR (Centro de Informações da Marinha), em 10 de outubro de 1973 no Rio de Janeiro. Depois disso nunca se teve dele mais nenhuma notícia. Apenas em março de 1996 a família Guimarães recebeu uma certidão de óbito, sem a causa da morte. Até hoje não se conhece o local nem as circunstâncias ou mesmo o paradeiro dos restos mortais. É para saber a verdade do que aconteceu, e iluminar este período na história brasileira que Honestino Guimarães foi o primeiro escolhido para investigação da Comissão da Verdade da UNE.

Instalada durante o 14º Conselho Nacional de Entidades de Base, o Coneb, em Recife deste ano, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Comissão da Verdade da UNE tem realizado encontros e se debruçado em textos, relatos, notícias e jornais que possam esclarecer fatos da vida do líder estudantil goiano até o seu desaparecimento.

A equipe de trabalho da Comissão tem como conselheiro Paulo Vanucchi, ex-ministro dos Direitos Humanos e integrante da Comissão Nacional da Verdade. Além disso, colaboram pesquisadores, estudantes e historiadores que tratam sobre o período e o movimento estudantil.

Agora durante o 53º Conune, em Goiás, estado natal de Honestino, a Comissão apresentou um documento inicial em que levantou fatos e cobrou informações oficiais para passar a limpo a trajetória interrompida de um dos milhares de estudantes que perdeu a vida lutando pelo seu país.

A UNE vai divulgar em breve o relatório oficial para consulta no site.

Para Mateus Guimarães, sobrinho do líder estudantil, esse dossiê não só vai ser elemento propulsor da divulgação do desaparecimento do Honestino em si, mas também vai ser instrumento de mobilização para que mais familiares de mortos desaparecidos continuem esse movimento. “Eu espero, sinceramente, que a partir desse processo a gente possa retomar um pensamento crítico sobre que pais é esse que estamos construímos e no que podemos avançar a partir desse processo. A Comissão da Verdade é só um início do processo de justiça”, destacou.
Assista o vídeo do ato da Comissão da Verdade da UNE durante o 53º Conune.