Boas vindas ao Portal Grabois, conheça nossa marca
O que você está procurando?

Hoje na História: 1917 - Lenin defende saída da Rússia na I Guerra

Em 8 de novembro de 1917, um dia após uma insurreição armada, liderada pelos bolcheviques ter derrubado o governo provisório da Rússia e assumido o poder, Vladimir Lenin defende diante do Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia um imediato armistício com as Potências Centrais (Alemanha e Áustria-Hungria), durante a Primeira Guerra Mundial.

Lenin, em exílio na Europa Ocidental quando a Guerra eclodiu em 1914, tratou de assegurar sua passagem através da Alemanha em direção a Petrogrado (atual São Petersburgo) em abril de 1917, após a primeira onda da revolução russa ter derrubado em fevereiro o regime do czar Nicolau II. Nos meses que se seguiram, os bolcheviques aumentaram sua influência, ajudados na sua causa pela crítica situação de economia e uma espraiada frustração com a continuidade do esforço de guerra que ceifava todo dia milhares de soldados.


Lenin trabalhando no Kremlin, em 1918  

O comitê aprovou o plano no final de outubro (calendário gregoriano). Na noite de 6 para 7 de novembro, um grupo armado de operários, soldados e marinheiros irrompeu no Palácio de Inverno, quartel-general e sede do governo provisório. Na manhã seguinte, após uma vitória virtualmente sem sangue, Lenin anunciou que o governo havia caído. Kerensky conseguiu escapar para o exílio, enquanto vários outros ministros foram presos mais tarde naquele mesmo dia.

Em 8 de novembro, Lenin fez sua primeira aparição diante do Congresso dos Sovietes, no qual os bolcheviques detinham uma maioria de 60%. “Vamos agora proceder à construção da ordem socialista”, proclamou. A primeira diretriz governamental para o novo Estado socialista era pôr fim à participação da Rússia no que Lenin e seus camaradas consideravam uma Guerra imperialista, imposta pelas classes dominantes.

Naquele dia, o Congresso aprovou um manifesto, conclamando “todos os povos em guerra e seus governos a abrir imediatamente negociações para uma paz justa e democrática.” Um cessar-fogo formal entre a Rússia e as potências centrais foi declarado em 2 de dezembro.

A saída da Rússia da Guerra, que foi formalizada no Tratado de Brest-Litovsk no mês de março seguinte. Os termos do tratado eram humilhantes. A Rússia abriria mão do controle sobre a Finlândia, países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) parte da Polônia, Bielorrússia e Ucrânia, assim como dos distritos turcos de Ardaham e Kars, e do distrito georgiano de Batumi, antes sob seu domínio.

Primeiras duas páginas do documento original do Tratado de Brest Litovsk, em cinco línguas diferentes 

Estes territórios continham um terço da população da Rússia, metade de sua indústria e nove décimos de suas minas de carvão. A maior parte desses territórios se tornaria, na prática, parte do Império Alemão, sob a tutela de reis eduques. Entretanto, a derrota da Alemanha na guerra, marcada pelo armistício com os países aliados em 11 de novembro de 1918 em Compiègne, permitiu que Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia se tornassem Estados independentes. Os monarcas indicados tiveram de renunciar aos seus tronos. Já Bielorrússia e Ucrânia envolveram-se na Guerra Civil Russa e terminaram por se tornar integrantes soviéticas sob a égide da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Fonte: Opera Mundi