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Os mártires da “Chacina da Lapa”
O TAB desta semana traz O Mapa da Morte, três reportagens multimídia (texto e vídeo) que mostram como a repressão da ditadura militar montou uma rede clandestina de tortura pelo país. Andréia Lago, Ana Carolina Neira, Ítalo Rômany, Ricardo Gozzi, Helder Ferreira e Isabel Filgueiras fazem a geografia dos locais precários e clandestinos onde eram eliminados militantes de esquerda de todo o país, de norte a sul do país. Embora amplas em sua abordagem, indo de 1964 até 1975, as reportagens pouco falam dos militantes do PCdoB, mesmo com a dimensão da Guerrilha do Araguaia.
A Chacina da Lapa, em dezembro de 1976, que visava exterminar a direção do PCdoB, é ignorada, assim como as torturas “extemporâneas” de Aldo Arantes, Haroldo Lima, Wladimir Pomar, Elza Monerat, e João Batista Drummond, assassinado durante os interrogatórios. Os caseiros Joaquim Celso de Lima e Maria Trindade também sofreram as consequências do ataque bárbaro à casa da Lapa. O motorista foi preso e torturado enquanto a empregada doméstica foi ameaçada com um tiro no pé.
As reportagens mostram como de 1964 até 1975, os militares se utilizaram de cárceres clandestinos, com endereços nunca admitidos oficialmente. Na primeira pesquisa, os jornalistas mostram as casas, sítios, fazendas e repartições públicas com fachadas insuspeitas que abrigaram as piores torturas e assassinatos pelo regime militar.
Na segunda parte, a reportagem detecta como os aparelhos clandestinos da ditadura se espalham pelo país. A partir de 1971, a casa da morte de Petrópolis vira quartel-general da tortura, e o modelo passa a ser replicado no Norte e Nordeste do Brasil.
A série de investigações encerra descrevendo como se dá o declínio dos aparelhos clandestinos da repressão. Entre 1973 e 1975, as operações para exterminar as organizações de esquerda e impedir a abertura política acabam por determinar o fim dos cárceres secretos, embora os dirigentes do PCdoB ainda tenham sido torturados no Dops em pleno ano de 1977.
O TAB (www.uol.com.br/tab) é o projeto de conteúdo multimídia do UOL. Todas as segundas-feiras, o público tem acesso gratuito a uma nova versão do TAB, que traz reportagens inéditas e aprofundadas sobre temas como sustentabilidade, mobilidade, consumo, comportamento e tecnologia.
A segunda-feira é o dia de maior audiência da home page do UOL, quando um novo TAB é lançado, atingindo os 4,5 milhões de internautas que visitam a página pelo computador, e mais 1,5 milhão de internautas que acessam a home via smartphone.