Publicado no jornal Avante! 

Uma vez mais, o mundo volta a olhar para a Venezuela. Se dúvidas existissem quanto à importância e significado da Revolução Bolivariana para o povo venezuelano, a América Latina e as forças revolucionárias e progressistas do mundo, os acontecimentos dos últimos dias bastariam para as dissipar.

Com o falecimento do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Comandante Hugo Chávez, o primeiro processo de profundas transformações sociais iniciado neste século passa por uma das suas mais difíceis e exigentes provas dos seus 14 anos de existência. O resultado das eleições presidenciais marcadas para 14 de Abril será crucial para o assegurar da continuação e consolidação deste processo de transformação, cujas repercussões se fazem sentir em toda a América Latina.

A imensa e impressionante homenagem que o povo venezuelano prestou ao primeiro líder da sua revolução, a expressão do nível de consciência e firme determinação em continuar e aprofundar o seu legado e ideal – «Todos somos Chávez» –, dão plena confiança de que as forças revolucionárias venezuelanas, o Partido Socialista Unido da Venezuela, o Partido Comunista da Venezuela e outras forças progressistas, unidas no Grande Polo Patriótico, irão ultrapassar com êxito esta exigente prova. Estamos perante uma situação, como noutros importantes momentos da luta de emancipação dos trabalhadores e dos povos, em que as massas se assumem como sujeitos e protagonistas da história.

Este é um momento em que o acompanhamento e a solidariedade internacionalista com o processo bolivariano são mais necessários que nunca. Perante a iminência de um resultado desfavorável, as forças reacionárias e golpistas – as mesmas que protagonizaram o boicote económico, o golpismo, a violência, a permanente mentira e o apelo à ingerência externa – iniciam novas manobras de desestabilização e de provocação. Até dia 14 de Abril, certamente, seremos confrontados com uma activa campanha de intriga e desinformação que procurará atacar a Revolução Bolivariana e minar a unidade das forças que a protagonizam. Tal como antes, o imperialismo não dará tréguas ao processo bolivariano, para tal utilizando as suas múltiplas faces. A «socialdemocracia», com o seu canto de sereia, pulula em torno do processo bolivariano, procurando condicioná-lo e, se possível, desvirtuá-lo.

No entanto, tal como já o fez noutros complexos e difíceis momentos, a Revolução Bolivariana reafirma uma vez mais a unidade das forças populares, das forças revolucionárias e patrióticas, da Força Armada Nacional Bolivariana – que assegurou cumprir e fazer cumprir a Constituição Bolivariana –, em defesa, continuação e aprofundamento do processo de transformação protagonizado pelo povo venezuelano, alicerçado na afirmação da sua soberania nacional e do seu carácter anti-imperialista.

Nicolás Maduro, presidente interino, candidato à Presidência da República Bolivariana da Venezuela, a quem o Partido Comunista da Venezuela já assegurou o seu apoio, reafirmou o prosseguimento do amplo programa de transformação inscrito no «Programa da Pátria», o mesmo com que Hugo Chávez se recandidatou e ganhou as eleições realizadas a 7 de Outubro de 2012 – um programa de transição, que proclama como objectivo a construção de uma «Pátria Independente e Socialista».

Como ocorre noutros pontos do mundo, uma importante batalha para a luta de emancipação social e nacional dos trabalhadores e dos povos se desenrola na Venezuela. Patriotas e internacionalistas, os comunistas portugueses estão com a Revolução Bolivariana.