Desde 2003, o salário mínimo teve aumento real superior a 60%, permitindo hoje a aquisição de 2,2 cestas básicas (em 2003, 1,1 cesta). Se readotarmos a velha apreciação de salários mínimos em dólares, o crescimento é muito mais expressivo (levando-se em consideração o câmbio): de 64,06 dólares em 2003 para 327,13 dólares em janeiro de 2012, ou seja, 410% (todos estes números foram colhidos na matéria de Sérgio Lamucci, do Valor de 11 de janeiro).

A valorização do salário mínimo tem sido bandeira histórica do movimento sindical brasileiro, que auxiliado pelo Dieese e contando com o impulso unitário das marchas das Centrais para Brasília, conseguiu esta grande vitória estratégica, a maior vitória sindical dos trabalhadores nos anos recentes e consolidada por lei.

O salário mínimo é o rendimento de, pelo menos, 50 milhões de trabalhadores, da ativa e aposentados, de idosos e portadores de deficiência, na indústria, nos serviços (com destaque para os serviços domésticos), na agricultura, de funcionários das pequenas prefeituras em todo o Brasil e é referência para o seguro-desemprego; o Dieese calcula que o novo valor do salário mínimo injeta R$ 47 bilhões na economia, sangue na veia contra a crise.

Mas, como sempre para os trabalhadores, a luta continua: garantir os Pisos regionais crescentes onde já existem, criá-los nos Estados onde não foram efetivados, aumentar os Pisos salariais profissionais e conquistar ganhos adicionais para os aposentados que recebem um pouco acima do salário mínimo em suas aposentadorias.

* João Guilherme Vargas Netto é membro do corpo técnico do Diap e consultor sindical

Fonte: Agência Sindical