Com população de 3,6 bilhões de pessoas (66% da população mundial), Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 17,4 trilhões este ano (28,8% do total mundial), livre negociação de ações nas bolsas de valores do mundo, totalizando US$ 3,6 trilhões (13,8% do total mundial), e valor médio de transações diárias desde o início deste ano totalizando 49,3 bilhões (20,2% do total mundial), os mercados emergentes registram ganhos de até 69% este ano, superando os resultados dos mercados desenvolvidos.

Com as economias desenvolvidas enfrentando perspectivas de crescimento nominal baixas, no momento em que suas finanças públicas permanecem em situação péssima, a forte imagem fundamental dos mercados emergentes torna-se cada vez mais visível.

A maioria – habitualmente cética – de analistas europeus está obrigada a reconhecer que as atraentes desvalorizações e os melhorados fundamentos (melhores balanços empresariais e orçamentos estatais sadios, em sintonia com crescimento econômico maior) sustentam suas previsões para margens de alta de dois dígitos ano que vem.

Com base nas previsões do HSBC e da Thomson Financial, o indicador mundial das ações dos mercados emergentes MSCI Emerging World se conformará em 1.260 unidades no final do ano que vem, algo que remete a margens de alta de 20% dos níveis atuais.

Demanda doméstica

Os habitualmente céticos analistas europeus consideram que os mercados emergentes continuarão também na próxima década conduzindo a economia mundial, considerando que o consumo privado já é maior do que o correspondente dos países desenvolvidos, o ritmo de aumento salarial permanece alto, enquanto a composição etária e o nível de educação da população evoluem favoravelmente.

Olhando para o futuro, prevêem que o ritmo de crescimento das economias emergentes será baseado cada vez mais sobre a demanda doméstica ao invés das exportações. Das regiões e mercados emergentes, o Citigroup recomenda aumento de posições na Ásia, posições neutra na América Latina e reduzida na região da Europa emergente, Oriente Médio e África (Emea).

Igualmente, recomenda aumento de posições na Coréia do Sul, Taiwan, Tailândia, China e República Checa. Já o HSBC, recomenda aumento nos mercados emergentes da Europa, Oriente Médio e África, redução de posições nos mercados emergentes da Ásia e posição neutra nos mercados emergentes da América Latina. Ainda recomenda aumento de posições na Hungria, Rússia, África do Sul, Indonésia, Coréia do Sul e, México.

Entretanto, a situação não está isenta de riscos, considerando que não está excluída, em consequência da aguardada flexibilização quantitativa nos EUA, a inevitável (para alguns) criação de bolha, especificamente nos mercados emergentes da Ásia.

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Fonte: Monitor Mercantil