PIB cai no Japão, moeda sobe na China, e BCE pode elevar estímulos

A queda de 1,4% do PIB do Japão no último trimestre de 2015 e a maior valorização da moeda chinesa dos últimos dez anos mostram que a crise da economia continua se espraiando. Além da Europa, que continua patinando, países da Ásia estão desacelerando ou entrando em recessão. Na América Latina, o Pnud, órgão das Nações Unidas, finaliza estudo que estima que 35% da população da região pode voltar à pobreza.

O PIB do Japão caiu 1,4%, em relação ao último trimestre de 2014, devido sobretudo à queda do consumo interno. Na comparação com o trimestre anterior, o PIB da terceira economia mundial diminuiu 0,4%. Com o resultado, a economia japonesa cresceu apenas 0,4% no ano passado.

A exportação – outro dos motores da economia japonesa – caiu 0,9% devido à diminuição da demanda nos Estados Unidos, assim como na China e em outras economias emergentes. A moeda chinesa, o iuan, teve valorização de mais de 1% em relação ao dólar nesta segunda-feira. Foi o maior aumento em mais de dez anos.

No primeiro dia após as férias do Ano Novo Lunar, 6,4944 iuanes valiam um dólar norte-americano, 1,14% mais do que em 5 de fevereiro. Numa entrevista publicada no último fim de semana na revista chinesa Caixin, o presidente do Banco do Povo da China (Banco Central), Zhou Xiaochuan, culpou os especuladores estrangeiros pela volatilidade do iuan e afirmou não haver indicador de que a moeda voltará a desvalorizar.

No Ocidente, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, confirmou que está pronto para afrouxar ainda mais a política monetária em março se a turbulência no mercado financeiro ou o efeito de contágio dos preços baixos de energia reduzirem as expectativas de inflação.

“Primeiro, vamos examinar a inflação baixa. Em segundo lugar, vamos analisar a transmissão de nossos impulsos monetários pelo sistema financeiro e, em particular, pelos bancos”, disse. “Se um dos dois fatores implicar riscos para a estabilidade de preços, nós não hesitaremos em agir.” A meta do BCE é de uma inflação de 2% este ano, mas os números indicam algo na casa de 0,5%.

Fonte: Agência Brasil