“Nós devemos enfrentar o desconhecimento e a desinformação sem tréguas. A luta deve continuar”, declarou durante o evento que contou com as presenças do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT, Rui Falcão, o ex-presidente José Mujica (Uruguai),governadores, ministros, parlamentares e militantes de todo o País.

Para a presidenta, é preciso reagir aos boatos e travar a batalha da comunicação.

“Não podemos permitir que a falsa versão se firme. Nós temos que levar a nossa versão à opinião pública e dar exemplos”, reagiu Dilma.

A presidenta pediu à militância que desminta quando for dito que o governo vai acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, “digam que não é verdade! Nós temos políticas de valorização do salario mínimo”.

E quando for mencionada a crise da água, continuou, pediu para que as pessoas lembrem que, desde o início da maior estiagem dos últimos anos, o governo federal está apoiando, com investimentos de valor elevado, todos os governos que enfrentam problemas com estiagem.

Ajustes fiscais

Segundo a presidenta, os ajustes de “caráter corretivo” adotados nos primeiros meses do segundo mandato são necessários para garantir a continuidade da geração de emprego e renda, marcas dos governo do PT. “As mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da nossa economia. Nós precisamos garantir a solidez de toda a nossa economia, garantir o controle da inflação, das contas públicas e, enfim, garantir a geração de emprego e renda, que é o objetivo fundamental que nós temos”, explicou Dilma.

Segundo Dilma, a economia brasileira sofre influências externas, de baixo crescimento e recessão e, no plano interno, pontuou “uma das piores secas” dos últimos tempos, que resultou no aumento da inflação e no preço da energia.

“A superação da miséria era apenas um começo e é por essas mudanças que a população brasileira voltou em nós”, declarou.

A presidenta garantiu que as mudanças de percurso vão dar mais “consistência” e mais “velocidade” ao processo de construção do Brasil, “para que a gente dê um salto para um país com muito mais desenvolvimento e muito pais oportunidades para o povo brasileiro”.

Defesa da Petrobras

No dia em que indicou o novo presidente da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff aproveitou seu discurso na festa de 35 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), em Belo Horizonte, para defender a estatal do petróleo. Diante de dirigentes e militantes petistas, a chefe do Executivo afirmou que o país tem de ter “orgulho” da Petrobras.

“Estou dizendo que temos de ter orgulho da Petrobras. Nós não podemos aceitar que alguns tentem colocar a Petrobras como sendo uma vergonha para o Brasil. Eu tenho certeza que temos de saber apurar e saber punir, porque é fundamental que a gente não deixe se repetir nenhuma irregularidade na Petrobras”, discursou a presidente.

Preservar a história do PT

Durante o discurso, a presidente afirmou aos militantes que é preciso preservar a história do PT. Na avaliação de Dilma, não se pode “vacilar” ou “ter medo” dos desafios que o partido terá pela frente.
“Nós temos coragem política para fazer com que a gente não desanime diante dos desafios. Tenho certeza que essa coragem política, que cada um de nós deve agora colocar claramente diante de si e dizer que nós não podemos vacilar. Nos não podemos ter medo. Se tiver erro, aqueles que erraram que paguem. Nós temos de preservar a nossa história, a história desse partido, do meu governo e do presidente Lula”, disse.

Festa de 35 anos

O auditório do Minas Centro estava lotado quando a festa de 35 anos do PT começou, por volta das 19h30. Ao serem anunciados, Dilma, Lula e o presidente do Uruguai, José Mujica – convidado especial do PT –, foram ovacionados e aplaudidos de pé pela plateia.

Antes de iniciar o evento, os militantes entoaram tradicionais gritos de guerra petista, como “Olê, Olê, Olá! Lula, Lula!”.

Anfitrião do encontro, o governador de Minas, Fernando Pimentel, se sentou ao lado de Mujica, Dilma, Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, na mesa central do evento, que exibia a mensagem “estes filhos teus não fogem à luta.”

Na plateia, estavam quadros antigos do PT, como o ex-ministro da Secretaria-Geral Luiz Dulci, o atual chefe da pasta, Miguel Rossetto, um dos fundadores da legenda, e os ministros Jaques Wagner (Defesa), Pepe Vargas (Relações Institucionais), Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) e Thomas Traumann (Comunicação Social). Além deles, estavam governadores, como Fernando Pimentel (Minas Gerais), Wellington Dias (Piauí) e Rui Costa (Bahia).