A Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão financiar a maior iniciativa já realizada para a digitalização do parque exibidor brasileiro. O BNDES acaba de aprovar um financiamento de R$ 123,3 milhões à empresa Quanta DGT, que vai possibilitar a migração de 770 salas de cinema de empresas exibidoras brasileiras para o padrão digital. A ação integra um dos principais eixos do Programa Brasil de Todas as Telas.

Para o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, essa medida pode ser vista como um fator de inclusão no mercado audiovisual. “A digitalização melhora a distribuição nos municípios do interior, gera mais receitas para o exibidor e uma maior diversidade de filmes lançados”, aposta.

“Nossa expectativa é que a digitalização alcance 80% do parque até o fim de 2015, quando os fabricantes deixarão de vender película”, disse o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel.

De acordo com a Ancine e o BNDES, as instituições dedicaram um ano para modelar o projeto, contemplando todas as peculiaridades do setor e viabilizando o projeto também para as salas menos estruturadas. Com isso, uma única operação foi capaz de atender centenas de salas.

O primeiro lote de equipamentos, destinados a 150 salas, começa a ser instalado nas próximas semanas. Segundo o diretor da Ancine, será um desafio para as salas menores, que ainda usam projetores dos anos 60 e nem saíram das cadeiras de madeira.

Entretanto, para Rangel, o uso da nova tecnologia pode ser a salvação destas salas menores. “Receberão os lançamentos mais rápido, a um custo mais baixo. Poderão aproveitar o marketing das distribuidoras e operar com multiprogramação”, diz o diretor da Ancine.

O crédito financia a compra dos equipamentos, mas não diretamente, sala por sala. A Quanta DGT é a integradora, que utiliza recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

“É um projeto muito bonito, e também um desafio enorme”, conta a diretora de operações da Quanta DGT, Suzana Lobo.