Idalmis Brooks, secretária do departamento das Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba (PCC), assegurou à Prensa Latina que existe uma reorganização do mapa mundial, propiciada pelos interesses das grandes potências, a partir do começo mesmo da recessão global.

Segundo sua opinião, mais além do impacto econômico, essas mudanças acarretaram inconformidade social, protestos e conflitos em regiões como o Oriente Médio.

Brooks participará da 3ª Escola de Formação Política do Foro e exporá a ideia de que essas transformações também propiciaram uma contra-ofensiva do capitalismo e no entorno latino-americano tem maior força.

Nesse sentido, fará referência ao processo de atualização econômica vigente na nação caribenha, apesar das tentativas dos Estados Unidos por sufocar sua Revolução desde 1959.

“Hoje toda essa reorganização econômica tem como objetivo fundamental manter as conquistas atingidas em setores como a saúde, educação e a participação social das mulheres”, afirmou.

Brooks reiterou que a Revolução Cubana promove a ideia de que os processos de integração da América Latina e o Caribe devem ser baseados na unidade dentro da diversidade e o respeito mútuo.

Agenda movimentada

A capital da Bolívia acolher 180 partidos e organizações sociais da esquerda da América Latina e outros países. O campo de feiras Chuquiago Marka recebe durante toda a semana este evento internacional e a seus participantes.

Os organizadores já divulgaram o programa oficial do evento, que começará na segunda-feira, 25 de agosto, com a 3ª Escola de Formação Política, com debates sobre a integração latino-americana e caribenha, com seus desafios políticos, a situação atual dos instrumentos e instituições desse processo, e os desafios de representatividade e os movimentos sociais. Participam dos cursos 300 delegados de inúmeros partidos da esquerda.

Na terça-feira, 26, estarão reunidas as secretarias nas regiões Andino-Amazón.

Outro evento é o 6º Encontro de Juventudes, cujo propósito é examinar as políticas nacionais dirigidas a esse setor, sua participação na defesa dos processos de integração na América Latina e seu papel dentro da integração regional.

Na quarta-feira, 27, os governos de esquerda farão um balanço da contra-ofensiva imperial na zona e terão lugar várias oficinas para debater temas como a luta pela paz, a criminalização das lutas sociais e a união latino-americana e caribenha contra a construção de um mundo multipolar, entre outros.

A abertura oficial do Fórum será na quinta-feira, 28, e o encerramento terá lugar na sexta-feira, 29, quando também se realizará um encontro de mulheres, afro-descendentes e de parlamentares, assim como apelos e uma declaração final que incluirá a exigência do cessar imediato do bloqueio econômico, financeiro e comercial dos Estados Unidos contra Cuba, o apoio à causa da Argentina por recuperar as Ilhas Malvinas e a demanda boliviana contra Chile para ter uma saída soberana ao mar.

O Foro de São Paulo foi fundado, em 1990,  na cidade homônima brasileira, com o objetivo de reunir esforços dos partidos e movimentos da esquerda e debater acerca do cenário internacional, depois da queda do bloco socialista e as consequências do neoliberalismo nos países da América Latina e o Caribe.

Na sua fundação foram decisivas as contribuições do líder cubano Fidel Castro e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

Outras reuniões do Fórum já foram realizadas em Cidade do México, Manágua, Havana, Montevidéu, São Salvador, Porto Alegre, Cidade da Guatemala, Quito, Buenos Aires e Caracas.