NAÇÕES UNIDAS — Esse fórum, que reúne os 183 países-membros das Nações Unidas, aprovou por 22º ano consecutivo uma nova resolução sobre a necessidade de pôr fim ao cerco de Washington, documento respaldado por 188 países, com o voto contra dos Estados Unidos e Israel e as abstenções da Micronésia, Palau e Ilhas Marshall.

Prévio à votação do projeto de resolução, a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul), denunciaram que o bloqueio difere dos princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional.

A PL noticia que, em nome da Celac, o Chile instou os países-membros a ajustarem sua ação nacional e internacional aos direitos, às obrigações e aos princípios consagrados nesse documento.

A Venezuela, que falou em nome das nações que integram o Mercosul e seus estados associados, considerou que o bloqueio também viola os princípios de igualdade entre os Estados e a não ingerência em seus assuntos internos.

Por seu lado, o representante permanente de São Cristóvão e Neves perante as Nações Unidas, Delano Bart, considerou em nome da Comunidade do Caribe (Caricom) que o custo social, econômico e humanitário do cerco estadunidense está tornando-se mais agudo.

Entretanto, o representante permanente assistente da China perante a ONU, Wang Min, exortou os Estados Unidos a porem fim, tão logo quanto possível, ao bloqueio, e denunciou que essa medida também afeta as interações econômicas, comerciais e financeiras normais entre Cuba e outros países, pelo qual afeta os interesses e a soberania de terceiros países, informa a Xinhua.

Entretanto, o vice-representante permanente da Rússia perante as Nações Unidas, Dmitri Maximichev, declarou que essa política de Washington é uma reminiscência da Guerra Fria.

Por seu lado, o representante argelino, Mourad Benmehidi, lembrou que seu país sempre condenou a imposição de leis extraterritoriais e outras formas de coerção econômica e comercial.

“O bloqueio a Cuba não serve a nenhum propósito justo, é uma anomalia anacrônica injustificada”, declarou por sua vez o representante da Organização para a Cooperação Islâmica, Roble Olhaye, e salientou que essa sanção unilateral dos Estados Unidos contribui a impedir as aspirações de desenvolvimento do povo cubano.

O membro do Parlamento indiano e da delegação de seu país perante a ONU, Mohammad Adeeb, exigiu o fim imediato dessa política hostil, a qual considerou como uma medida extraterritorial e contrária à opinião mundial. Precisou que afeta Cuba do ponto de vista econômico e nega o acesso da Ilha a tecnologias adequadas para o desenvolvimento.

CUBA DESMENTE JUSTIFICATIVAS DOS ESTADOS UNIDOS

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, exerceu o direito de réplica, após concluir a explicação do voto dos países e contestou os critérios apresentados pelo assessor principal da área para Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, Ronald Godard, que atribuiu a posição de seu país ao suposto interesse de “apoiar aos cubanos em suas aspirações”.

“Mente o senhor Godard quando diz que os Estados Unidos promovem os direitos humanos na Ilha, porque o bloqueio é uma violação em massa, flagrante e sistemática desses direitos e um ato qualificado de genocídio”, afirmou Rodríguez Parrilla citado pela PL.

Recusou, também, argumentos esgrimidos por Godard sobre suposta assistência humanitária e acesso à Internet. Sobre isso, denunciou que os elementos apresentados na Assembleia se referem em verdade a recursos destinados por Washington à desestabilização, à subversão e à política da mudança do regime em Cuba.

Rodríguez Parrilla instou aos Estados Unidos a abrirem mão da dupla moral e da mentira.