Para materializar a ideia, foi convocado nessa quinta-feira (26) o primeiro seminário organizado pela centro desde sua fundação, em 16 de janeiro deste ano. A lista de convidados inclui o ex-representante chinês para contatos sino-portugueses na véspera do retorno de Macau à Pátria, um especialista em questões africanas, o conselheiro permamente da Associação Acadêmica sobre países latino-americanos, o vice-diretor do Instituto sobre questões estrangeiras de Beijing e pesquisadoras da Academia de Ciências Sociais da China. O diretor do Centro de Estudos dos Países de Língua Portuguesa e organizador do evento, Wang Cheng’an, considera necessário o estudo sobre o relacionamento entre a China e países lusófonos, já que vêm duplicando as trocas comerciais multilaterais. Wang explicou:

“O livro será a prioridade do nosso trabalho em 2012. A partir da perspectiva acadêmica, pretendemos oferecer informações a órgãos governamentais e empresas chinesas a fim de promover intercâmbios culturais, econômicos e comerciais entre a China e países de língua portuguesa. E, dessa forma, mostrar os êxitos dos especialistas e pesquisadores chineses na área e contribuir para a melhor parceria e cooperação bilateral.”

Huang Zequan é repórter veterano do Diário do Povo. Ao longo de quatro décadas dedicadas à carreira jornalística, esteve envolvido com a pesquisa e estudos sobre o continente africano. Visitou 33 países africanos, entre esses, viajou duas vezes para Angola, Moçambique e Cabo Verde. Em 2003, Huang publicou o primeiro Guia da China para Investir na África. A obra de 1,85 milhões de caracteres chineses, oferece dicas práticas e úteis para quem se interessar pelos países africanos. Como especialista na área, Huang analisa as relações entre a China e os países africanos, especialmente de língua portuguesa.

“O relacionamento sino-africano está no seu auge de desenvolvimento. Os cinco países de língua portuguesa ocupam um décimo do número total da África. Com quatro deles, a China estabeleceu relações diplomáticas. As cooperações econômicas e comerciais bilaterais estão numa fase estável. A Angola é hoje o segundo maior parceiro comercial da China no continente africano. São cerca de um milhão de chineses que trabalham na África, 100 mil chineses em Angola, o que promove intercâmbios populares entre a China e a África.”

Patrícia Conceição é a única portuguesa convidada para participar do seminário. Formada pela Universidade de Aveiro, em Portugal, e mestre em relações internacionais em chinês pela Universidade de Qinghua, na China, Patrícia dedica-se à pesquisa sobre a diplomacia cultural da China no Brasil. A razão de escolher o Brasil é motivada pelo fato de as relações China-Brasil estarem crescendo. Mas é novidade para ela o projeto de estudo sobre a China e os países de língua portuguesa.

“Acho que é muito interessante estarmos em contato com investigadores chineses, para saber a maneira como eles pensam, como analisam as coisas. E espero que possa eu própria também contribuir para o aumento deste intercâmbio acadêmico, que eu acho que é o que falta. Nós temos que ter relações econômicas, podemos ter intercâmbio cultural como exposições, espetáculo, ensino de língua, mas isso não aproxima as pessoas o suficiente. Tem de haver realmente também entre as pessoas que pensam, portanto os investigadores, intercâmbio de ideias. O fato de eu estar integrada nesta equipe de investigadores chineses é muito importante pra mim. “

O Centro de Estudos dos Países de Língua Portuguesa conta com o apoio do Instituto de Estudos Regionais da Universidade de Economia e Negócios Internacionais e pretende ampliar sua rede de membros em todo o país.

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Fonte: Rádio Internacional da China