Nesta segunda edição, o livro – lançado em 1997 – é atualizado conforme novas informações surgidas nos últimos 15 anos com relação à Guerrilha e à busca pelos mortos e desaparecidos políticos. Traz, ainda, mapas, fotos e documentos relacionados ao assunto.

O lançamento, com a presença do autor, acontecerá durante o evento Sábado Resistente – promovido pelo Memorial da Resistência de São Paulo e pelo Núcleo de Preservação da Memória Política – que neste dia se dedicará especialmente aos 40 anos da Guerrilha do Araguaia. O evento começa às 14h no Memorial da Resistência (Largo General Osório, 66, 5º andar, auditório Vitae).

O resgate de uma história

O livro Guerrilha do Araguaia – a esquerda em armas aborda um dos mais obscuros períodos da história brasileira. Sob a ditadura militar implantada em 1964, diversas organizações e partidos de esquerda buscavam maneiras de resistir à violência do regime. A perseguição nas cidades e a necessidade de se arregimentar um contingente disposto a lutar pela democracia e pela igualdade levaram dezenas de militantes do PCdoB às matas da região do Araguaia. Nascia assim, no começo dos anos 1970, a principal resistência guerrilheira ao autoritarismo, somente derrotado depois de as Forças Armadas deslocarem para a selva o seu maior efetivo desde a Segunda Guerra Mundial.

Na obra, Campos Filho resgata este episódio, privilegiando as vozes daqueles que por muitos anos viveram sob a lei do silêncio: os camponeses do Araguaia. Num relato comovente e, ao mesmo tempo, historicamente rigoroso, o autor revela um importante capítulo da recente história brasileira que muitos ainda tentam esconder.

O autor

Romualdo Pessoa Campos Filho nasceu em Alagoinhas, estado da Bahia, no dia 7 de fevereiro de 1957. Formou-se em História pela Universidade Federal de Goiás, após uma ativa passagem pelo movimento estudantil, tendo sido diretor da UNE entre os anos de 1984 e 1986. Lecionou na Faculdade de Araguaína no Estado de Tocantins, e, em 1995, concluiu o Mestrado em História das Sociedades Agrárias, na Universidade Federal de Goiás. Foi Presidente da Associação dos Docentes da UFG e Secretário Regional da SBPC-GO. Atualmente, é professor de Geopolítica no Instituto de Estudos Socioambientais (IESA) da mesma Universidade e membro da Comissão de Altos Estudos do Memórias Reveladas – Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-1985), vinculada ao Arquivo Nacional.
Sábado Resistente

Realizado mensalmente, o Sábado Resistente dedica-se, nesta sábado, 14, à Guerrilha do Araguaia, iniciada em 1972 na região que engloba partes dos estados do Pará, Maranhão e Goiás (hoje, Tocantins).

Além do autor, o evento contará com as exposições de Paulo Abrão Pires Júnior, secretário Nacional de Justiça e presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e Andrey Borges de Mendonça, procurador da República em Ribeirão Preto e integrante do Grupo Direito à Memória e à Verdade do Ministério Público Federal.

Durante o evento, os mortos de desaparecidos da Guerrilha e seus familiares serão homenageados na figura de José Dalmo Ribeiro Ribas, irmão de Antônio Guilherme Ribeiro Ribas, um dos guerrilheiros mortos. José Moraes Silva ( Zé Onça), presidente da Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, representará os camponeses da região.

O procurador da República, Andrey de Mendonça, receberá, em nome do Ministério Público Federal, uma homenagem por denunciar na Justiça Federal em Marabá o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura (o Major Curió) pelo sequestro qualificado de cinco combatentes da Guerrilha.

Serviço:

Guerrilha do Araguaia – a esquerda em armas

Autor: Romualdo Pessoa Campos Filho

Fundação Maurício Grabois

Rua Rego Freitas, 192 – Sobreloja – Centro – São Paulo

Tel.: (11) 3337-1578

Editora Anita Garibaldi

Rua Amaral Gurgel, 447 – conjunto 31 – Vila Buarque – São Paulo

Tel.: (11) 3129-3438