Na abertura, o diretor da Fundação Mauricio Grabois, Leocir Costa Rosa, destacou que a fundação tem se dedicado a esse tema, já conta com uma diretoria de Meio Ambiente, coordenada por Aldo Arantes. A plateia foi composta por diversos representantes de movimentos sociais e estudantis, como Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Nacional dos Estudantes (UNE), União da Juventude Socialista (UJS), Unegro, Confederação Nacional de Associações de Moradores (Conam), União Brasileira de Mulheres (UBM) e Cebrapaz. Também estavam presentes dirigentes do PCdoB-RS e o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).

Em sua fala, o secretário nacional de Meio Ambiente do PCdoB, Aldo Arantes, relacionou a crise ambiental com a crise do capitalismo. Para ele, o atual cenário internacional da crise do capitalismo, expõe os limites desse sistema, assim como os impasses impostos a humanidade. Portanto, é crucial buscar o desenvolvimento, visando a proteção dos recursos naturais mantendo uma produção equilibrada.

Para Aldo, é importante construir um pensamento sob ponto de vista marxista sobre a questão do meio ambiente. A crise ambiental só existe por causa da crise do capitalismo, destacou o dirigente comunista, citando alguns trechos de “O Capital”, onde Karl Marx expunha sua preocupação com a escassez dos recursos naturais.

Segundo ele, não há como dissociar a questão ambiental da luta de classes. Pelo contrário. Ela é hoje utilizada como instrumento de dominação imperialista, que tenta congelar o desenvolvimento dos países dependentes no sentido de manter essa fonte de recursos naturais. Aldo também fez críticas a chamada Economia Verde que, em sua opinião, foca em soluções técnicas e não nas questões econômicas e sociais.

Secretário de estado de Produção Rural do Amazonas, Eron Bezerra afirmou que não existe desenvolvimento sem sustentabilidade e nem sustentabilidade sem desenvolvimento. Não há contradição entre desenvolvimento e sustentabilidade. O desenvolvimento só é possível com sustentabilidade e o contrário também. O que precisa ser debatido é como reduzir ao máximo esse impacto e criar alternativas, ressaltou Bezerra.

“É imperativo buscar alternativas. Nós, a esquerda, temos que pegar com firmeza essa questão ambiental. O movimento social está sendo prejudicado por uma concepção errônea do tratamento dessa questão. É preciso formar uma corrente marxista na questão ambiental”, defendeu Aldo. Para o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e dirigente do PCdoB-RS, Carlos Fernando Niedersberg, a questão ambiental é perpassada fundamentalmente pela questão de soberania. “O Brasil precisa ser capaz de gerir seus recursos naturais com soberania, sem a interferência externa.”

Saldo Positivo

Presidente do conselho Curador da Fundação Mauricio Grabois, Ricardo Abreu elogiou os dois temas escolhidos pela fundação para debater durante o Fórum Social Temático. “O tema do desenvolvimento sustentável é o eixo que temos que defender e não entrar na onda economia verde, que o neoliberalismo tenta impor nesse debate ambiental, discutindo isso a partir de exemplos concretos na América Latina, na perspectiva de um novo modelo de desenvolvimento que leve em conta o desenvolvimento sustentável”, ressaltou.

Para Abreu, os dois debates serviram como preparação da nossa participação na Rio +20. Ele também ressaltou que os temas abordados durante o FST está inserido na luta política e anti-imperialista. “Não é ver a questão ambiental em si, mas o que está por trás de quem diz defender o meio ambiente, mas que acaba sendo um biombo para políticas imperialista, destacando que os debates serviram para desnudar essa postura.”