Em 2012, Manuela aparece em todas as listas onde são apontados os políticos mais influentes do Brasil. Está entre os melhores parlamentares em votação de jornalistas e população (Prêmio Congresso em Foco), foi indicada pelo The Independent (jornal inglês) como líder do futuro, foi reconhecida pela universidade de Harvard como tomadora de decisão do futuro, representou o Brasil em evento promovido pela ONU/PNUD, recebeu homenagem da Marinha do Brasil.

Além disso, segundo a revista Época, Manuela é uma das 40 personalidades com menos de 40 anos mais influentes do Brasil e está, ainda, na lista dos 100 mais influentes do país. Segundo a revista Veja, Manuela está entre os 30 melhores parlamentares do Brasil.

Confira a íntegra do texto do “The New York Times”


Popularidade da presidenta do Brasil ajuda as mulheres na política
Manuela D’Ávila espera que ela e mulheres como ela mudem a face do governo no Brasil, um país onde a presença feminina na política ficou atrás de países vizinhos, apesar da eleição de Dilma Rousseff como a primeira presidenta da nação.

Manuela, deputada federal por duas vezes e que está liderando a corrida para prefeito em Porto Alegre — 10ª maior cidade do Brasil —, está entre um número sem precedentes de mulheres concorrendo a cargos municipais em eleições de 2012.

Outras 47 mulheres são candidatas nas capitais dos 26 estados do Brasil. O campo de candidatos ainda está em construção, mas é um grande aumento das últimas eleições, quando apenas 28 mulheres concorreram para prefeito de capitais.

Especialistas dizem que este aumento de candidatas sinaliza uma nova ânsia dos partidos políticos para capitalizar sobre a popularidade de Dilma. Durante seu mandato, seis ministros asfaltados por acusações de corrupção foram substituídos. Isso fez com que Dilma aumentasse a reputação de forte, capaz e disposta a endurecer com os políticos sujos.

“Ela tem uma atitude diferente, ela está mostrando que ela tem coragem”, disse o cientista político Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos em São Paulo. “Isso vai ajudar as mulheres a ir atrás do que querem, tornarem-se autônomas, assumirem mais, juntarem-se na luta.”

No final de seu primeiro ano de mandato, Dilma tem um índice de aprovação de 72%, e nove mulheres em seu gabinete de 24 membros, em comparação a três sob o seu predecessor.

“Com a eleição de Dilma, vimos que os eleitores têm confiança nas mulheres”, disse Manuela. “Com a decisão de Dilma para trazer tantas mulheres em seu governo, ela está mostrando mais uma vez que as mulheres têm uma elevada capacidade de governança.”

O fato de Dilma ser mulher não foi um problema durante as eleições. Os debates centrados nas políticas, e muito de seu apoio veio de eleitores que queriam uma continuação de prioridades estabelecidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, a imagem de Dilma — uma ex-rebelde marxista que virou tecnocrata de carreira — recebendo a faixa presidencial em companhia de sua filha foi poderosa.

Como presidente, ela não tem o carisma de Lula, mas os eleitores brasileiros estão lendo seu comportamento no-nonsense, como sinal de eficiência e com foco no trabalho a ser feito. E eles querem ver mais do que isso. Este apoio popular pode ajudar as candidatas, como Manuela a diminuir a diferença de gênero na política, disse Braga. “Há um grande incentivo entre as partes que participam no governo de Dilma para levar as mulheres a concorrer”, disse Braga.

No estado de Dilma, Minas Gerais, o número de mulheres concorrendo nas eleições municipais pelo Partido dos Trabalhadores passou de cerca de 10% em 2008 para cerca de 30% em 2012, disse o deputado Reginaldo Lopes, um líder local do partido.

“Dilma tem demonstrado que as mulheres têm força e podem governar tão bem ou melhor do que os homens”, disse ele. “Ela está acabando com o ‘machismo’ que os homens e até mesmo algumas mulheres tinham.”

De acordo com a Gap o Fórum Econômico Mundial de Gênero global de 2011, as mulheres brasileiras atingiram a paridade ou ultrapassaram os homens em três das quatro principais áreas examinadas: o acesso à saúde, participação no mercado de trabalho e escolaridade. As mulheres brasileiras agora representam 60% dos recém-formados, mas o hiato de gênero na política ainda é grande.

O número de prefeitas no Brasil passou de 317 em 2000 para 405 em 2004-504 em 2008, mas isso é apenas 9% do total. Na política federal, o Brasil está muito atrás dos seus vizinhos. No ano passado, apenas 8,6% dos membros da Câmara e 16% dos senadores eram do sexo feminino, segundo a União Interparlamentar. A média mundial é de 19,4% das mulheres em ambas as casas, e a média para as Américas é de 21,5%. Globalmente, o Brasil em perto da parte inferior da lista, classificando 109 de 136 países.

Em seu discurso inaugural, Dilma prometeu trabalhar em nome das mulheres brasileiras. De fato, algumas de suas políticas permitirão a meninas passarem mais tempo em sala de aula, e as mulheres a dedicarem mais tempo para suas carreiras.

Ela inaugurou 1.500 novas creches em 2011 e 14.500estão nos planos para os próximos três anos. Outro programa que atinge as áreas rurais, dará documentos oficiais para as mulheres que nunca tiveram uma identidade ou certidão de nascimento. Assim, elas poderão receber os benefícios. Um programa de saúde dirigida a mulheres antes, durante e após o parto.

“Muitas das coisas que você está vendo posto em prática agora estão abrindo a força de trabalho para as mulheres”, disse Susan Segal, presidente da Americas Society / Council of the Americas. “Ela está dirigindo estas questões não porque ela é uma mulher, mas porque essas são as questões certas diversidade, educação, igualdade de oportunidades:. É isso que vai mudar o Brasil.”

A presidenta também expandiu uma rede de programas de bem-estar social criado por Lula, que ajudaram a tirar quase 30 milhões de brasileiros da pobreza na última década. Um programa de transferência de riqueza que recompensa as famílias pobres se eles mantiverem seus filhos na escola, agora atinge cerca de um quarto de 190 milhões de pessoas no Brasil.

O programa, o Bolsa Família, vai também aumentar a influência das mulheres em casa e na economia. Fundos são entregues à mulher na família em 93% dos casos, pela política do governo. Isso significa que as mulheres no Brasil estão a cargo de um adicional de US $ 645 milhões por mês.

Viviane Ribeiro, 26, usa o seu 71 dólares para comprar alimentos, material escolar e roupas para seus dois filhos. Ela passa o que sobrou em um curso de um ano para se tornar um técnico de patologia clínica. O novo trabalho vai proporcionar-lhe mais renda e menos horas trabalhadas do que o que ela tinha como caixa em um mini-mercado. Assim, ela será capaz de passar mais tempo com seus filhos, disse.

“As mulheres sabem como administrar melhor renda para a família”, disse ela. “As mulheres sabem quando a cozinha está prestes a esgotar-se de frutas, legumes, quando as crianças precisam de algo. Eles não saem para comprar cigarros ou beber, quando há algo faltando em casa.”

O impacto de programas como o Bolsa Família e outras políticas com foco mulheres são mensuráveis. De acordo com o Censo 2010 Brasil, 38,7% das mulheres dizem que é o chefe da família, outros 29,6% disseram que a responsabilidade é compartilhada com seus parceiros.

As mulheres que ainda enfrentam discriminação e crimes como a violência doméstica ainda são comuns. De acordo com uma pesquisa publicada este ano pela Fundação Perseu Abramo, uma média de cinco mulheres são espancadas por seus parceiros a cada dois minutos no país. Apenas no primeiro semestre de 2010, as mulheres no Brasil chamar um hotline de violência doméstica denunciados 70.000 ameaças ou agressões por seus parceiros. Esta é uma melhoria mais de 10 anos atrás, quando não havia hotline, e o levantamento think-tank disse que oito mulheres foram agredidas em média a cada dois minutos.

Ter mais rostos femininos na política, com o tempo, diminuirá a discriminação, disse Manuela. “Se uma mulher é jovem e está no poder, é porque ela é bonita. Se ele é um homem, é porque ele é brilhante. Se uma mulher é forte, ela é muito histérica.Se for um homem, é forte e tem convicção”, disse ela. “Dilma está ajudando muito, mas o caminho ainda é muito longo.”

Fonte: Assessoria de Comunicação da Deputada Manuela D’Ávila