Hoje participarei da manifestação organizada pelos Brasiliani a Roma (Brasileiros em Roma), na Praça Vidoni, às 17:30 horas, em defesa da democracia no Brasil. O PRC-SE adere a essa manifestação e faz um apelo aos seus militantes e aos autênticos democratas para que se mobilizem contra o Golpe no Brasil. Condenamos com veemência o golpe em ação no Brasil e reafirmamos a nossa solidariedade ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), aos movimentos sociais e às forças progressistas e populares que se manifestam nas ruas de todo o país.

O impeachment é inconstitucional e desrespeita o arbítrio de 54 milhões de brasileiros que votaram na presidenta Dilma. Uma reprodução do que já foi visto no passado contra os legítimos presidentes seja em Honduras (2009), seja no Paraguai (2012). Deram vida a um governo de farsa, totalmente ilegítimo. À sua frente está o golpista Michel Temer, ex-vice de Dilma e fantoche de Washington. Entre os novos ministros sete são investigados por corrupção.

No novo governo foram eliminados os ministérios sociais, dos direitos e da Reforma Agrária. O governo já anunciou as contrarreformas da previdência e do trabalho. O ministro da Justiça comparou as manifestações de massa que ocorrem com ações de guerrilha, defendendo que devem ser tratadas como tal. O neopentecostalismo fundamentalista sitia o ministério da Educação e o da Saúde. Um programa obscurantista é seguido com medidas neoliberais.

Através da transmissão do “vírus golpista”, a direita latino-americana busca reconquistar governos e poder, com o apoio dos EUA, e além disso visa a enfraquecer o bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e o multipolarismo.

Não esqueçamos que do Brasil do Fórum Social de Porto Alegre se difunde para todo o movimento [ações] contra as políticas neoliberais. O ataque à democracia no Brasil, bem como em outros países da América Latina, nos afeta intimamente. O neoliberalismo, mesmo na Europa, cada vez mais tem como alvo a democracia”.

19 de maio de 2016.

Paolo Ferrero, secretário nacional da Refundação Comunista – Esquerda Europeia