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O ato foi aberto com a apresentação do poema “Canto da Necessidade”, de Fernando Mendes Vianna, declamado por Silvana Conti, vice-presidenta da CTB, e depois conduzido pelo ex-deputado estadual Raul Carrion, presidente da Fundação Maurício Grabois.

Ao abrir o evento Carrion lembrou dos tempos de resistência à ditadura militar e comparou com os que o país vive atualmente. Lembrou que o STF recebeu o ditador Castello Branco com um tapete vermelho e, na ditadura Vargas, entregou Olga Benário para os nazistas. “Esta gente não tem nada a nos ensinar sobre democracia”, concluiu.

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O primeiro orador, Jorge Branco, da Fundação Perseu Abramo, do PT, lembrou o discurso de Lula quando falou “ já não sou apenas um homem, sou uma ideia, uma ideia que derrotou a tortura, que defendeu a soberania nacional, que defendeu a igualdade e a justiça”. E acrescentou que essas ideias que representam Lula vão perdurar mais do que qualquer usurpador neste país. “Estas ideias somos nós, são os que morreram na luta por nós e são os que virão depois de nós”.

Em seguida, Abgail Pereira, da Fundação Maurício Grabois, do PCdoB, afirmou que estamos sendo chamados a responder sobre o que estão fazendo com o Brasil. “Rasgam a nossa CLT e liquidam com os direitos dos trabalhadores; rasgam a Constituição justamente aqueles que deveriam ser os seus guardiões”. Abgail lembrou que Lula foi condenado rapidamente pelo juiz Moro, depois de forma muito rápida houve o julgamento em segunda instância e novamente é condenado. “O STF rasga a Constituição e não concede o habeas corpus. Mandam prender um presidente sem nenhuma prova”. Abgail concluiu afirmando que Lula foi preso “porque eles não querem que ele apreça na urna” e questionou a possibilidade de realização de eleições este ano. Por fim, cumprimentou as fundações “que se uniram e lançaram um manifesto em defesa de Lula, da democracia e do Brasil” e lembrou o ataque à deputada estadual e pré-candidata à Presidência pelo PCdoB, Manuela D’Àvila na manhã de segunda, 9, em Curitiba.

Na sequência, discursou Mário Azeredo, representando a Fundação Lauro Campos, do PSol. Azeredo salientou ao plenário que a posição oficial nacional do partido é de que “houve um golpe no Brasil, o impeachment é uma farsa, deram tiros na caravana de Lula, mataram Marielle, querem manter o Lula preso para tirá-lo da disputa eleitoral e estão entregando as riquezas do Brasil e acabando coma soberania nacional”. Lembrou que o fato de Lula não ter acatado a decisão de Moro foi educativo para a classe trabalhadora. “O Brasil precisa de movimento social nas ruas”.

Por último, em nome da Fundação João Mangabeira, do PSB, falou Vicente Selistre. Ele destacou que os tempos atuais são de provação e “a unidade nunca foi tão necessária”. A nossa desunião, disse, “deu margem para que avançasse a postura entreguista, a postura fascista, a postura antidemocrática em nosso país. Nós, socialistas e comunistas, todos os que defendem um país soberano e sem desigualdades, estamos ainda mais desafiados nos tempos que estamos vivendo”. Segundo ele, o que aconteceu com Lula nos últimos dias mostra como a democracia brasileira está ameaçada.

 

Beto Rivera