A Viela

 

 

Falam em calão grosseiro
uma remeira e um vadio,
bairrista,pernalta,esguio,
que outrora foi marinheiro.

 

 


Descanta-se ao desafio
na loja dum taberneiro;
enquanto, na esquina, o candeeiro
vela tristonho e sombrio.

 

 

Tossindo,um tuberculoso
fere a nota da desgraça
no seu casebre musgoso.

 

 

E o guarda, de sentinela,
vigia um érbio que passa
aos ziguezagues na viela.

 

 

Luis Cebola – Livro dos Poemas – organizaçãod e Sergio Faraco