(para maria josé oiticica)

o sol se põe em são paulo

a brisa rasteira
rasteja meus pés
que se põem entre o azul
e o mostarda do sofá da tua sala

o sol se põe
sob os aviões da planície
e eu
pássaro aceso
                        espero
nesta casa de marias
que voam nas asas da panair

o sol se põe sob são paulo
e eu
pássaro sem saída
                          grito
teu nome de ateu

são paulo anda à margem
à margem de mim
à margem de ti

à margem de nós
são paulo anda à margem do mar
e o pôr do sol voa mais alto
que as luzes de néon

Fonte: http://www.interpoetica.com/cida_pedrosa.htm