Minha ansiedade é um saco sem fundo
É como um saco de areia
em que, a cada caneca que se retira,
há mais um balde por esvaziar

Ainda que minha ansiedade seja de mau agouro,
tem a eternidade austera das coisas sacras
Tem a persistência de um trabalhador,
um brasileiro trabalhador

Minha ansiedade é crônica
quase compulsória
E é aguda…
insistente e estridente
qual pirraça de menino

Minha ansiedade é a minha condenação,
por ambicionar do mundo mais intensidade
do que a minha própria poesia pode suportar…!

 Luana Bonone, jornalista e estudante de administração. Diretora de Comunicação da ANPG. É da direção nacional da União da Juventude Socialista – UJS. Publicou ''Garazilda e a Santa Voz'' (1993).