Os pobres do mundo esperam chegar ao outro lado do rio.
A margem de cá é o desalento.
Uma parca esperança de crescimento,
a vislumbrar a saída.

Toda a pressa do mundo é incapaz
de tirar toda a miséria do mundo.

Senti a fome na poesia.
Não alimentei a tua luta,
nem com o banquete de palavras.

O meu barco não chega à tua margem,
nesse rio de leito largo.

 
 
Regina Vilarinhos – www.poesiaemvolta.blogspot.com