Amarfanhados com interesses da elite nacional (e internacional) desde a tintura do cabelo até a meia de seda, não cansam de fazer edifícios para celebrar a cultura, digo, a especulação imobiliária, e assim, menos de um ano da inauguração do teatro de dança no edifício Itália, já anunciam outro teatro de dança, na antiga Rodoviária da Luz, o que seria até interessante para a promoção dessa arte, se o primeiro recém inaugurado não estivesse jogado às moscas & moscas, digo, algumas moscas varejeiras do patronato travestido de organizações sociais (ou vice-versa), assim como outros edifícios da Cultura do Estado de São Paulo.

      De tudo tão escondidinho, às vezes sobra um “rabinho“, como o caso do Museu da Casa Brasileira, mas logo tudo é abafado como prática de engavetar CPIs na Assembléia Legislativa, que salvo alguns exemplos respeitáveis, tornou-se uma espécie de seio familiar tucano, cujas tetas já estão esgarçadas pela mamata.

      Toda essa gente vai aplaudir e fazer tilintar os copos na inauguração, adicionando talvez a presença de algum executivo da Philips, algum marketeiro ou perua de plantão, todos celebrando mais uma obra do conjunto da obra, composta de salões para festas particulares; Museus dirigidos por dinastias familiares, madames e executivos aposentados de bancos transnacionais; ocupação de teatros públicos por concessão e graça (sem editais); privatização de espaços públicos; corte de sessenta por cento da verba do Programa Ação Cultural, por eles implementado em ano eleitoral, digo, as custas de uma enorme luta dos artistas que exigiam o Fundo Estadual de Cultura e por ai vai ou, por aí foram todos esses anos do tucanato em São Paulo.

      CANSEI! Será que consigo um lugar no movimento?