A Caixa Cultural São Paulo inaugura no dia 12 de dezembro, sábado, às 11 horas, a mostra “Empresa colonial”. Com curadoria de Tomás Toledo, a coletiva apresenta trabalhos dos artistas Beto Shwafaty, Bruno Baptistelli, Clara Ianni, Jaime Lauriano e Lais Myrrha, que colocam em questão os processos de formação do Brasil como nação, apontando para os reflexos do período colonial tanto na formação da cultura e da estrutura social e política do país, como de sua situação atual.

A exposição é uma tentativa de relacionar as implicações e consequências do choque de civilizações ocorrido no período colonial, decorrente do encontro entre os povos nativos do Brasil e os colonizadores europeus, com os desdobramentos da história do país. A partir da produção artística de artistas brasileiros contemporâneos, pretende-se evidenciar a continuidade das relações de dominação e exploração, tanto da terra quanto do homem, que permeiam a história brasileira, desde do período em que o Brasil era colonizado por Portugal até a atualidade. “Estas relações exploratórias se deram por parte dos colonizadores em relação aos nativos, mas se perpetuaram dentro da sociedade brasileira, tornando-se um trauma não superado”, escreve Toledo.

Os trabalhos apresentados lidam com diversos conteúdos e estratégias de materialização. Jaime Lauriano e Clara Ianni utilizam-se da representação cartográfica como forma de expressão. No primeiro caso, o mapa é uma ferramenta para retomar o processo de dominação do solo, dos povos nativos e da população negra escravizada promovido pelos colonizadores. Já no segundo, no trabalho “Desenho de classe”, a cartografia serve para apresentar as diferenças econômicas e sociais entre patrões e empregados no contexto atual.

Lais Myrrha levanta a problemática da dominação da metrópole sobre a colônia na obra “O tempo corre para o norte”, composta por uma ampulheta invertida, onde o tempo corre na direção contrária, aludindo à dialética Norte e Sul. Bruno Baptistelli  apresenta obras inéditas, elaboradas especificamente para a exposição e suas discussões. Em “Anhanguera/Bandeirantes” Beto Shwafaty propõe uma relação entre as missões de exploração do interior do país lideradas pelos bandeirantes com o desenvolvimento econômico, representado pelas principais vias de acesso ao interior do estado de São Paulo, que dão nome ao trabalho.   

“A arte contemporânea cada vez mais se apresenta como uma ferramenta de atualização e rearticulação dos processos históricos, produzindo uma crítica capaz de trazer ao presente e ao cotidiano questões do passado, valendo-se do diálogo com outras áreas do conhecimento, como história, antropologia e sociologia”, defende o curador.

Serviço:

“Empresa colonial”, mostra coletiva de arte contemporânea
Abertura e visita guiada com curador: 12 de dezembro, sábado, às 11h

Visitação: 13 de dezembro de 2015 a 28 de fevereiro de 2016
Dias e horários: terça a domingo, das 9 às 20h

Local: CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo (SP)
Entrada: Franca
Classificação etária: livre
Informações: (11) 3321-4400
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
Acesso para pessoas com necessidades especiais

Programação Paralela:

• Lançamento do catálogo com presença de curador e artistas: 23 de janeiro de 2016, sábado, às 11h
• Oficina sobre processo criativo com o Coletivo Ágata: 13 de fevereiro, às 16h 
• Mesa-redonda com os artistas, curador e convidados: 27 de fevereiro, às 16h