A revista China Hoje, publicação bimestral em português que aborda economia, política, diplomacia, cultura e sociedade da segunda maior economia do planeta, trata em sua segunda edição, que estará nas bancas a partir desta semana, alguns temas essenciais para a compreensão do processo de internacionalização e abertura que a China vem experimentando nas últimas décadas, com relevantes resultados que criam oportunidades para todos, sejam pessoas, empresas ou nações.

A matéria de capa da nova edição da revista revela as oportunidades de estudar, trabalhar e viver na China, uma experiência única e enriquecedora sob aspectos econômicos, profissionais e, principalmente, culturais, nesse contexto de internacionalização do país. Com excelentes universidades e grandes incentivos ao empreendedorismo, a matéria mostra que a China vem cada vez mais recebendo estudantes e profissionais estrangeiros dispostos a vencer a barreira do mandarim. Para isso existem os Institutos Confúcio espalhados pelo mundo (já são oito no Brasil) com a missão de divulgar a língua e a cultura chinesa, tema de reportagem de Ricardo Marques. A revista entrevista também a cônsul-geral do Brasil em Xangai, Ana Cândida Peres, que fala com muita propriedade sobre as comunidades de brasileiros na China, principalmente na região de sua jurisdição, hoje a porta de entrada e principal destino dos nossos compatriotas na China.

Através de um conjunto de reportagens, a segunda edição de China Hoje mostra também a presença dos investimentos chineses pelo mundo – e não apenas os investimentos estatais –, que têm cumprido o importante papel de suprir necessidades e melhorar a infraestrutura dos países parceiros, gerando empregos, renda e criando bases para o desenvolvimento. Como informa artigo de Lan Xinzhen, comentarista da Beijing Review, os investimentos diretos em empresas no exterior saltaram de US$ 2 bilhões no início do século para US$ 102 bilhões em 2014, sendo 56% deste montante de origem privada. Nada menos que 6.128 empresas estrangeiras receberam investimentos diretos chineses no ano passado.

Outro destaque importante da revista é o excelente artigo de John Ross, pesquisador sênior do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros, da Universidade Renmin, sobre o modelo de inovação adotado pela China, cujo exemplo é a bem sucedida fabricante de smartphones Xiaomi, concorrente da Apple.  Em consonância com o seu cenário macroeconômico, empresas chinesas como a Xiaomi têm optado pela inovação de custos, que embute o conceito de oferecer ao consumidor produtos com qualidade similar aos dos concorrentes por preços significativamente menores – um caminho para democratizar o consumo de bens de alta tecnologia agregada.

No campo da política e das relações internacionais, China Hoje traz um excelente tema para reflexão, caro aos analistas de política externa: o desenvolvimento chinês conduzirá o país a uma hegemonia mundial? Não necessariamente, segundo o jornalista francês Christophe Tontin, para quem, nas sociedades modernas, não se atinge a liderança via poder econômico ou mesmo militar, mas sim pelo soft power, o poder das ideias, da cultura e da comunicação.

Sobre a revista

A revista China Hoje foi fundada em 1952, pelo CIPG – China International Publishing Group. A publicação conta com edições em chinês, inglês, francês, espanhol, árabe, alemão e turco, e desde junho é publicada em português. Segundo o diretor geral da revista, Hu Baomin, a edição brasileira pretende ser “uma ponte para os intercâmbios dos dois países e uma janela para o mútuo conhecimento”. No Brasil, além das traduções publicadas nas versões internacionais, a edição também terá matérias independentes e especializadas nas relações comerciais e econômicas entre Brasil e China.

A versão brasileira da China Hoje terá Edimilson Cardial como diretor presidente e Evandro Menezes de Carvalho como editor executivo-chefe.

Para Alfredo Nastari, diretor de Publicações Especiais da Editora Segmento, que publica a revista no Brasil, “a edição em português tem 30% de conteúdo brasileiro, focado especialmente em negócios, abertura de mercados e exploração de oportunidades entre os dois países”. Segundo Nastari, faz parte dos planos da editora brasileira a publicação de Cadernos Setoriais da revista, sobre segmentos econômicos dos dois países que ofereçam oportunidades de intercâmbio e cooperação econômicos.