João Goulart, o Tabu da Ditadura é o décimo quinto livro de Chico Castro. A obra, publicada pela Editora Nova Aliança, contendo 300 páginas, será lançada em Brasília na próxima quarta-feira, 26 de agosto. No programa das solenidades em Brasília será inaugurada uma exposição sobre João Goulart, a cargo do instituto que leva o nome do ex-presidente, deposto pelo golpe militar (com apoio de lacaios civis) que instituiu a ditadura de 1964-85.

Com este livro, o jornalista Chico Castro apresenta uma detalhada investigação, feita nos principais arquivos e bibliotecas do país, a fim de oferecer ao leitor um painel sobre o que a grande mídia no Brasil e no exterior divulgou e espalhou tendenciosamente a respeito de João Goulart.

O autor pesquisou durante dois anos e meio nos anais da Câmara dos Deputados e do Senado, na Biblioteca e Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, no Núcleo de História Oral da Fundação Getúlio Vargas, bem como teve acesso a documentos secretos e escutas telefônicas confidenciais liberadas pela Casa Branca, Pentágono, CIA, Biblioteca John. F. Kennedy e Biblioteca Lyndon B. Johnson, assim como a telegramas trocados entre o Departamento de Estado Norte-Americano e o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, em 1964, Lincoln Gordon e outras autoridades.

No livro, o escritor piauiense resgata a imagem do ex-presidente João Goulart deposto pelo Golpe Militar de 1964. Também descreve o papel da grande imprensa brasileira, a partir da qual, pôde traçar um perfil da trama que se desenrolou na queda do primeiro presidente do Brasil a morrer no exílio.

O objetivo de Chico Castro com o livro é resgatar a imagem de João Goulart para a história do país. “João Goulart foi uma figura do século XX, seu projeto político foi o mais avançado que a República conheceu. Ele tinha projetos de reforma agrária, educação integral nas escolas e colocava o povo na cena da política”, comenta Chico Castro.

Não apenas a partir de 1953, quando foi convocado pelo então presidente Getúlio Vargas para o Ministério do Trabalho, mas de igual modo e com mais intensidade quando Jango assumiu a Presidência da República a 7 de setembro de 1961, até o último suspiro do estado democrático de direito então vigente.

A dinâmica desta leitura serve excepcionalmente para compreender como foi possível colocar a opinião pública contra João Goulart, se as pesquisas indicavam uma fortíssima aceitação popular do seu Governo nos dias que antecederam ao golpe militar de 1964.

O historiador piauiense trata com muito humor da passagem do exercício do poder, originado, em tese,pelo estatuto do voto, para uma situação esdrúxula onde todo o direito passou a vir de vozes, muitas vezes dissonantes, dos quartéis.

Chico Castro já foi convidado para lançar seu trabalho na II Feira do Livro de Nova York a realizar-se nos dias 1 e 2 de outubro, no Campus da New York University City, seguindo depois para Alemanha, onde participará da Feira Internacional do Livro de Frankfurt. 

O resultado é um livro de 336 páginas, com o selo da Editora Nova Aliança. João Goulart, O tabu da ditadura, enriquece a bibliografia do pesquisador, autor, entre outros, de Marquês de Paranaguá (Câmara dos Deputados); A Coluna Prestes no Piauí; e A noite das Garrafadas (edições do Senado Federal).