Dilma levou suas propostas na tarde desta segunda (1) para o segundo debate entre candidatos a presidente. A presidenta levou propostas e resultados concretos, que confrontaram promessas vagas de adversários.

“O maior risco que uma pessoa pode correr é não se comprometer com nada. Ter só frases de efeito e frases genéricas. Quando se é presidente da República tem que se explicar como vai ser feito, porque você vai ter de fazer no dia seguinte”, explicou. “Então não basta dizer que vai fazer uma lista de coisas sem dizer de onde vem o dinheiro. Não basta dizer que as coisas serão feitas assim ou assado”.

O debate realizado por SBT, UOL, Folha de S. Paulo e Jovem Pan foi aberto pela presidenta. Depois de perguntar como Marina Silva cumprirá promessas que somam R$ 140 bilhões e ouvir uma resposta evasiva da candidata do PSB, Dilma lembrou que seu governo triplicou o investimento em Educação e dobrou o gasto com a Saúde, destacando a importância da lei que assegura que os royalties do pré-sal sejam destinados exatamente a esses dois setores. (Clique AQUI)

Dilma declarou que ainda há muito a ser feito no país. “Quero dizer que acredito que tem muita coisa para fazer no Brasil. Ainda falta muita coisa pra fazer no Brasil” apresentando suas metas para o que denominou de novo ciclo de mudanças e de desenvolvimento do país. (Clique AQUI)

Ela falou ainda sobre o desempenho do Brasil diante da crise internacional, e voltou a reforçar suas escolhas por preservar a política macroeconômicas sem desemprego e sem arrocho salarial, como ocorria no passado. (Clique AQUI)

Homofobia

Logo depois do debate, Dilma apresentou mais uma posição concreta, condenando a homofobia e defendendo sua criminalizarão. “Sou contra qualquer forma de violência contra pessoas. No caso específico da homofobia, acho que é uma ofensa ao Brasil. Então, fico triste de ver que temos grandes índices atingindo essa população. Acho que a gente tem que criminalizar a homofobia, que não é algo com o que a gente pode conviver”, afirmou Dilma. (Clique AQUI)

Autonomia do Banco Central: sem recuo

Comentários de Miguel do Rosário:

O debate no SBT, realizado há pouco, trouxe ao menos uma revelação importante. Em se tratando da autonomia do Banco Central, Marina Silva não irá recuar. Ela recuou na política gay; em outros temas, recuou ou recuou do recuo.
Mas não recuou e não irá recuar na decisão de entregar a mais importante ferramenta política do governo em relação à macroeconomia do país, à um punhado de burocratas, influenciados pela mídia e pelo mercado financeiro.
A defesa enfática da autonomia do Banco Central torna a candidatura Marina Silva a verdadeira plataforma do neoliberalismo no Brasil.
De resto, Marina Silva manteve-se calma, às vezes irritantemente calma, como se fosse um robô, mas sempre falando muito bem, sem jamais confundir-se ou gaguejar.
Dilma só fica bem quando a adrenalina sobe. Ela para de gaguejar e vai na jugular dos adversários. É uma personalidade curiosa, que cresce na adversidade.
A petista poderia ser mais assertiva se, no momento em que Aécio tenta voltar à ladainha do mensalão, mencionassem o aecioporto.
Mas Dilma foi melhor do que em outros debates. Destaco o trecho em que ela deu uma verdadeira lição de ciência política e democracia para Marina Silva, ao dizer que não é o presidente quem escolherá os “bons” com quem irá governar, e sim o povo, através do voto.
Eduardo Jorge falou, mais uma vez, de forma digna sobre a sua defesa da legalização das drogas e do aborto.
Levy Fidelix foi uma presença importante, ao tocar no tema da sonegação, evitado por todos os outros candidatos. Lembrou que o Itaú, cuja herdeira coordena o programa de governo de Marina Silva, deve R$ 18 bilhões ao fisco. E usou a expressão mídia vendida por diversas vezes.
Só lamento que tenha destinado sua verve para Kennedy Alencar, que é um dos melhorzinhos da grande mídia. Fidelix poderia responder facilmente à acusação de que seu partido seria de aluguel. Bastava lembrar que não é só partido pequeno que se vende. Os grandes e médios também.
A estratégia de Luciana Genro de bater em todos não me parece eficaz. Ela deveria bater exclusivamente na Marina, que vem chupando o voto jovem e o voto de protesto, prejudicando a performance do PSOL.
Pastor Everaldo é o demônio encarnado. Ninguém vai me convencer do contrário. O sujeito que fala demais em família, é um falso moralista. E quero saber mais desse processo aí em que ele é acusado de bater na mulher. Não ficou bem esclarecido. Para piorar, o infeliz ainda é contra a regulamentação da mídia. Aliás, é bom que ele seja, porque aí fica bem marcado que a regulamentação da mídia é uma bandeira boa, progressista, uma bandeira que não conta com apoio desse energúmeno proto-fascista, disfarçado de pastor.
– Publicado em www.ocafezinho.com