A presidenta Dilma Rousseff está confiante. É o que relatam deputados da base aliada que a visitaram na manhã desta segunda-feira (18), no Palácio do Planalto. Segundo os deputados, a presidenta está certa de que poderá defender seu mandato no Senado, para onde seguiu o processo de impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados na noite de domingo. Para seguir, ele terá de ser aprovado pela maioria simples da casa.

“Dilma foi temperada na adversidade, na dificuldade, e ela está com muita firmeza. Já está juntando este grupo para enfrentar o novo passo da batalha”, disse Jandira Feghali (PCdoB-RJ). O encontro também teve a presença do ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner.

Em conversa com o Blog do Planalto, Jandira afirmou que a presidenta se mostrou firme para continuar lutando contra o impeachment. Segundo ela, a sociedade enxergou os acordos espúrios dos parlamentares favoráveis ao impedimento, o que vai intensificar a atuação da população e do governo contra o golpe.

“Nosso foco agora é ganhar a batalha no Senado. Principalmente porque nós, deputados, as ruas, e a própria presidenta estamos com muita condição de enfrentar essa batalha”.

José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, reforçou a postura otimista da presidenta. “É impressionante como o astral da presidenta está de bom tom, animada, solidária. Agradeceu muito a nossa honradez, o tipo de voto que nós demos”.

Guimarães declarou que os deputados que votaram contra o impeachment permanecerão atuando fortemente contra o processo no Senado. “Nossa participação continua importante nas ruas, nas relações que temos com o Senado, para barrarmos o golpe. A luta está apenas começando. Tem um longo período de disputa política. E nós dissemos para ela: ‘presidenta, estamos com a senhora até debaixo d’água’”.

Ele destacou também a participação popular nas ruas ao acompanharem o posicionamento dos deputados contrários ao impeachment em plenário. “Quando anunciávamos nossos votos ontem, era impressionante a vibração. As ruas falaram mais alto para o nosso lado ontem”. E isso sinaliza, disse ele, que a consciência democrática do País está se mobilizando, e que essa construção precisa ser efetivamente consolidada.