O poeta Jeosafá Fernandez, militante da educação e da cultura, foi o autor de uma pequena resenha para o livro, tarefa que assumiu com prazer e orgulho, diante da qualidade dos poemas que leu. Ele contou uma parábola para a invenção das palavras e sua importância para representar “as coisas na ausência das coisas”. “O Adalberto Monteiro é um representante deste que ajudou a inventar, moldar, reinventar, lapidar e consertar o nome das coisas numa época em que as palavras são empregadas para destruir. Só tem um jeito de desfazer essa bomba relógio construída de palavras: pela palavra”, defendeu, apontando a importância da militância política para a sensibilidade observada em Pé de Ferro & Outros Poemas.

Outro leitor meticuloso dos poemas foi Joan Edesson de Oliveira, prefaciador do livro. Ele falou de sua amizade de décadas sempre fortalecida pela militância no PCdoB, mas também pela militância na poesia. “Adalberto trata a poesia como militância, pois fala dela com uma paixão impressionante.”

Oliveira ressalta o fato de estarmos vivendo tempos duros e difíceis, “tempos que exigem a poesia”. “A poesia de Maiakovski e de Brecht foi uma exigência de tempos muito duros que viveram. O Drummond de A Rosa do Povo que se eleva a alturas imensas é exigência de um tempo muito difícil. Adalberto nos presenteia com um livro à altura desses tempos que nós vivemos tão duros e amargos. Mas Adalberto faz isso como pai do Antônio, com delicadeza, mas sem ser piegas, com muita firmeza”, sintetizou.

Ele termina questionando a necessidade do prefácio, já que um dos poemas define o poeta e o livro. “Minha guerra é para que não haja desvalidos. Por isso, sou uma mistura disso, conto de fadas e peleja a faca”, leu.