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Filme e livro homenageiam os 90 anos da Coluna Prestes

Na abertura do Curso Nacional do Nível III, da Escola Nacional de Formação João Amazonas do PCdoB, houve a participação de Maria Prestes (viúva de Luiz Carlos Prestes), do filho Luís Carlos Prestes Filho e da neta, Ana Prestes. Eles compareceram para o lançamento do filme "A Coluna Prestes atravessa o Brasil, 90 anos depois" e o lançamento do livro-álbum fotográfico sobre a viagem da família ao Rio Grande do Sul.

O presidente da Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro, ressaltou que, em momentos de crise política, como o que vivemos, devemos nos inspirar em capítulos da luta do povo que ajudaram a construir o Brasil. Por isso, a Grabois esteve intensamente envolvida numa série de comemorações ocorridas em 2014,  por ocasião dos 90 anos da Coluna Prestes, uma marcha militar progressista, liderada por Luis Carlos Prestes, entre outros tenentes, que influenciou a Revolução de 1930 e a modernização do Brasil.

Entre os eventos ocorridos por todo o país, a viagem de Maria Prestes e seus filhos Luís Carlos e Mariana, pelas cidades por onde passou a Coluna, no Rio Grande do Sul, foi amplamente registrada, transformando-se em um álbum de fotografias e um documentário, que registram os momentos mais simbólicos desse périplo.  Na abertura do curso de formação, tanto o filme, como o livro, foram apresentados pela primeira vez aos familiares do revolucionário comunista. O sorteio do livro entre os presentes ao curso, animou o lançamento, que contou ainda com a apresentação de 20 minutos do documentário.

A presidenta do PCdoB, deputada federal Luciana Santos (PE), lembrou que na maioria das vezes, a história oficial não faz jus aos heróis e heroínas da luta do povo brasileiro. “Precisamos afirmar os feitos de Luís Carlos Prestes num momento tão adverso. Só gente de muita firmeza, de muita perspectiva e sonhos seria capaz de fazer o que fez Luís Carlos Prestes”, afirmou ela, cumprimentando Maria Prestes pelo testemunho e luta ao lado do Cavaleiro da Esperança, assim como seus filhos que sempre contribuíram para a luta democrática.

Maria Prestes lembrou sua história de lutas pelo ideal comunista, desde criança, quando viu seu pai ser preso e torturado. Falou de seu empenho na luta e as dificuldades que enfrentou pela perseguição implacável a Luiz Carlos Prestes. “Seja firme em suas opiniões, não dê ouvidos a esses alarmes e conversas traidores e lute com a sua consciência e força de vontade e habilidade, participando e discutindo, porque política a gente faz em qualquer lugar, no ônibus, no supermercado e na rua”, disse ela.

Maria se emocionou ao mencionar as homenagens que seu companheiro recebe, frequentemente, pelo papel dramático que teve na história do país. “Seu nome é respeitado, honrado, e, com dignidade, porque ele, até a sua morte, defendeu os seus ideais com firmeza, caráter, e nunca se vendeu”, exclamou ela.

A neta Ana Prestes, membro do Comitê Central do PCdoB, destacou o modo como o Partido se transformou ao acolher as perspectivas diversas da história que implicam na construção do comunismo no Brasil. “Isso implicou numa repactuação e numa nova forma de ver nossa história e ser mais acolhedor com a figura de Luiz Carlos Prestes. O Renato Rabelo deixou esse legado que é como uma reconciliação com a história”, afirmou ela.

Luís Carlos avalia que os 90 anos da Coluna foram, principalmente, lembrados pelas atividades promovidas pelo PCdoB e a Fundação Maurício Grabois. “Foram atividades importantes para o Brasil, porque reafirmaram a memória dos brasileiros sobre a Coluna”, disse ele, citando as viagens que fez pelo país e encontrou muitos brasileiros que lembravam e reverenciavam Prestes e a Coluna. Ele pontuou os avanços na conquista de marcos da passagem da Coluna por todo o país, seja por meio de monumentos, memoriais e nomes de ruas e rodovias.

Questionados sobre qual o momento mais marcante das comemorações de 2014, Maria Prestes foi enfática em destacar a visita ao quartel de São Luiz Gonzaga. Ela contou de sua emoção ao ver a placa de identificação do quartel, em que Prestes e os insurgentes da Coluna, rasparam o nome de Artur Bernardes. Embora numa primeira vez, Prestes não tenha podido sequer se aproximar da área militar, sob o risco de ser alvejado, já na redemocratização, desta vez, Maria não só testemunhou a placa em destaque na entrada do quartel: “Ainda tomamos cafezinho com o comandante”, disse ela, provocando risos. Ela ainda destacou a recepção calorosa da população, mesmo nas ruas.

Para Luís Carlos, foi inevitável observar, por meio da viagem, como o país mudou. O ápice dessa mudança pode ser observado na construção do Memorial a Luíz Carlos Prestes, em Porto Alegre. “Porto Alegre não tem memorial a Brizola, Jango ou Getúlio, mas tem um memorial a um comunista célebre”, citou ele. “Olhar para a frente! Essa reafirmação de um futuro diferente para o país foi o que mais me emocionou ao longo dessa viagem”, avaliou, acrescentando que as homenagens aproximaram muito a família Prestes do PCdoB.