O HSBC, que recentemente transferiu seu executivo-chefe de Londres para Hong Kong, e o Standard Chartered vêm oferecendo descontos nas tarifas que cobram em operações e outros incentivos financeiros para empresas que optam por liquidar operações na moeda chinesa.

“Agora temos capacidade de fazer a liquidação em yuans em muitas partes do mundo”, afirmou Chris Lewis, chefe de comércio do HSBC para a grande China.

O HSBC e o Standard Chartered, assim como o Citigroup e o JPMorgan, estão entre os bancos que realizam esses tours pela Ásia, Europa e EUA, para promover o yuan às empresas.

Esses esforços alinham os bancos com uma das prioridades políticas de Pequim. Também os posicionam para lucrar com uma linha de negócio que, segundo se prevê, terá forte expansão no futuro.

Autoridades do banco central chinês acompanharam executivos do Standard Chartered nos tours feitos na Coreia do Sul e no Japão, em junho. O banco também promoveu esses “roadshows” em Londres, Frankfurt e Paris.

Lisa Robins, diretora de serviços de valores mobiliários e tesouraria do JPMorgan na China, afirmou que houve um “aumento no interesse” dos clientes internacionais.

Um número cada vez maior de empresas chinesas pede aos parceiros comerciais estrangeiros que aceitem yuans como pagamento, disse Carmen Ling, diretora de serviços de transações globais do Citigroup em Hong Kong.

O BBVA, o segundo maior banco espanhol, também está desenvolvendo uma campanha de marketing global, com foco em empresas latino-americanas que exportam para a China.

Os bancos começaram a realizar operações de liquidação de comércio exterior em yuans em meados de 2009, quando Pequim criou um esquema piloto permitindo às empresas o uso da moeda para negócios comerciais fora da China.

Os avanços intensificaram-se nos últimos meses, à medida que Pequim expandiu substancialmente o esquema, do punhado inicial de países asiáticos para o mundo inteiro, e fez outras reformas que liberalizaram o câmbio.

O comércio exterior na moeda chinesa somou 70,6 bilhões de yuans (US$ 10,4 bilhões) no primeiro semestre do ano, cerca de 20 vezes mais que o os 3,6 bilhões de yuans registrados no segundo semestre de 2009. Os números, porém, continuam pequenos se comparados aos US$ 2,8 trilhões em bens e serviços que cruzaram as fronteiras chinesas em 2009.

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Fonte: Financial Times, no jornal Valor Econômico