Espinosa desembarcou em Caracas na quarta-feira à noite, procedente de Equador e Bolívia, e se reuniu com seu colega venezuelano, Nicolás Maduro.

Esses três governos esquerdistas sul-americanos foram especialmente críticos ao chamado Acordo de Copenhague, do ano passado, por não incluir uma cláusula obrigando os países ricos a reduzirem suas emissões de gases do efeito estufa.

"Concordamos que é muito importante e urgente que consigamos um acordo construtivo em Cancún que permita realizar uma ampla agenda de ações em matéria de luta contra a mudança climática", disse Espinosa ao final da reunião.

"Esse intercâmbio nos permitiu fazer uma avaliação do momento em que estamos e das ações que temos de realizar para conseguir esse acordo substancial", acrescentou.

No começo do mês, a ministra mexicana havia visitado Chile, Argentina, Brasil e Colômbia com o mesmo objetivo.

A obtenção de um consenso com os governos mais à esquerda pode ser mais complicada, já que eles acusam os países ricos de se esquivarem da sua "dívida climática" e de sabotarem o acordo climático que era esperado para Copenhague.

"Concordamos em continuar trabalhando muito de perto para que a reunião de Cancún tenha os resultados que a humanidade está esperando", afirmou Maduro.

Em abril, a Bolívia organizou uma cúpula alternativa sobre os "direitos da Mãe-Terra", da qual participaram 20 mil pessoas, entre indígenas, ativistas, especialistas e público geral.

Após o encontro foi elaborado um documento a ser apresentado na conferência de Cancún, com propostas como uma declaração de direitos da "Mãe-Terra" e a criação de um tribunal ambiental mundial.

O Acordo de Copenhague, que não é de cumprimento obrigatório, sugere que as nações industrializadas reduzam até 2020 suas emissões de gases do efeito estufa para níveis 25 a 40 por cento inferiores aos de 1990.

Divergências entre países desenvolvidos e em desenvolvimento sobre as responsabilidades de cada lado impediram que um acordo mais ambicioso fosse adotado.