Não pergunta
não pede licença,
simplesmente adentra minha casa,
põe-se diante de mim,
e expressa uma indignação
avessa aos meus pensamentos e sentimentos.

Sinto-me lesado
pela invasão,
levanto as mãos ao alto.
Rendo-me.

Sua expressão é simpática,
seus argumentos avassaladores.

Dá a impressão
de estar em conformidade
com meus princípios.

Mero acaso.
Finge-se assim
para enganar-me.

Revolto-me e expulso-a
clicando um botão vermelho.

Seu nome: Mídia.

Quer casar-se comigo,
ser minha amante,
eu que não tenho dono.

Quer atar um freio em minha boca
e botar um arreio em meu dorso.

Veja só…
e dentro de minha casa…